Trump fecha o espaço aéreo da Venezuela e intensifica pressão contra Maduro
Donald Trump elevou o tom contra Nicolás Maduro ao declarar que o espaço aéreo da Venezuela está “totalmente fechado”. A afirmação do presidente dos Estados Unidos, divulgada no sábado (29/11), sugere a possibilidade de operações aéreas americanas no território venezuelano.
Trump não forneceu mais detalhes sobre a declaração, que ocorre paralelamente à movimentação militar dos EUA na América Latina e Caribe, além das ameaças direcionadas a Maduro.
Na quinta-feira (27/11), Trump já havia indicado que ataques terrestres na Venezuela poderiam ocorrer em um futuro próximo, como parte da campanha americana contra o tráfico de drogas na região.
Contestado por parte da comunidade internacional, Maduro e integrantes do alto escalão do regime chavista têm sido os principais alvos das ameaças vindas de Washington.
Em julho deste ano, a administração Trump apontou o presidente venezuelano como líder do cartel Los Soles, organização recentemente classificada como grupo terrorista internacional pelos EUA. Essa mudança também atingiu outras organizações, abrindo brechas para operações militares americanas em outros países, sob a justificativa do combate ao “narcoterrorismo”.
Desde então, diversos equipamentos militares foram deslocados para a América Latina, incluindo navios de guerra, um submarino nuclear, caças F-35 e o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford. A operação militar “Lança do Sul” foi iniciada em 13 de novembro.
Nos últimos meses, o Pentágono anunciou 22 ataques contra embarcações supostamente envolvidas no transporte de drogas nas águas do Caribe e do Oceano Pacífico. Entretanto, os EUA não divulgaram provas concretas da relação dessas embarcações com o tráfico internacional.
Embora os ataques recentes tenham ocorrido principalmente no mar, fuzileiros navais norte-americanos posicionados em bases militares na América Latina realizam treinamentos para possíveis operações terrestres na região. Entre os exercícios divulgados pelo Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) estão infiltração, desembarque de tropas, guerra na selva e voos com caças.
Apesar das alegações de Trump, o governo venezuelano vê a ofensiva dos EUA como uma tentativa de interferência no país. Por isso, Maduro iniciou uma mobilização em massa e declarou estar preparado para enfrentar o que qualificou como “ameaça imperial”.
Créditos: Metropoles