Banqueiro Daniel Vorcaro é solto após decisão judicial na operação Compliance Zero
O banqueiro Daniel Vorcaro foi liberado na manhã desta sexta-feira, após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Ele deixou o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos e terá que usar tornozeleira eletrônica, além de cumprir outras medidas restritivas durante o processo investigativo.
A soltura ocorreu um dia depois da decisão da desembargadora Solange Salgado, que na noite de quinta-feira ordenou a liberdade de Vorcaro e quatro outros investigados na operação Compliance Zero.
Além de Vorcaro, os demais beneficiados terão que cumprir medidas cautelares, incluindo a proibição de contato entre si e com testemunhas, restrição para sair da cidade sem autorização judicial, entrega do passaporte e uso de tornozeleira eletrônica.
Vorcaro foi preso ao passar pelo raio-x do Aeroporto de Guarulhos, quando tentava embarcar para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A prisão foi efetuada por um policial federal à paisana, e ele permaneceu detido após audiência de custódia.
Ele declarou que a viagem tinha como objetivo formalizar a venda do Banco Master a um grupo de investidores estrangeiros. A autorização para sua soltura veio após a apresentação de novas provas pela defesa relacionadas à comunicação sobre a viagem.
O banqueiro foi um dos alvos da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal para investigar suspeitas de crimes contra o sistema financeiro envolvendo Vorcaro e outros diretores do Banco Master na suposta tentativa de vender a instituição ao Banco de Brasília (BRB).
A investigação aponta que o Banco Master teria fabricado carteiras falsas de crédito e utilizado uma empresa de fachada para adquirir créditos de dívidas que somam R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Estes produtos de investimento irregulares teriam sido vendidos ao BRB.
A defesa de Vorcaro argumentou que a prisão foi baseada em “expressões genéricas” e considerou que a decisão da PF não levou em conta “fatos concretos e individualizados” que demonstrassem risco atual relativo a cada investigado.
Quanto às supostas carteiras falsas de crédito, os advogados afirmaram que essas foram adquiridas previamente pelo Banco Master de terceiros especializados na originação de créditos, uma prática comum no mercado.
Os defensores ressaltam que a acusação, por séria que seja, será submetida ao contraditório e instrução processual, e por isso não deve fundamentar as medidas cautelares aplicadas.
Créditos: UOL Economia