Maduro destaca patriotismo após Trump fechar espaço aéreo venezuelano

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou-se sobre patriotismo algumas horas depois que Donald Trump anunciou o fechamento total do espaço aéreo venezuelano.

Maduro não mencionou diretamente essa medida americana e fez sua primeira manifestação após o anúncio por volta das 13h (horário de Brasília) em seu canal oficial no Telegram.

Ele ressaltou que a Venezuela tem uma história “gloriosa e única” e afirmou que o povo venezuelano sempre foi livre, estando historicamente “unidos sob um só comando”.

O líder venezuelano ainda declarou que os “tempos da Grande Pátria” vão retornar. “Tenham absoluta certeza disso, mais cedo do que tarde, para brilhar e assegurar a emancipação dos povos oprimidos”, concluiu.

Mais cedo, Trump orientou companhias aéreas, traficantes de drogas e outras pessoas a considerarem o espaço aéreo ao redor da Venezuela como fechado. O anúncio foi feito às 9h43 pelo canal TruthSocial.

Trump não detalhou a decisão e finalizou a publicação com um “Obrigado pela atenção”.

Este fechamento indica uma possível operação militar dos EUA na Venezuela. Na quinta-feira anterior, o presidente americano afirmou que iniciaria em breve ações terrestres contra narcotraficantes venezuelanos.

Na semana anterior, o governo dos EUA já havia emitido alerta para que aviões evitassem o espaço aéreo venezuelano devido ao agravamento da segurança e aumento da atividade militar no país e regiões próximas.

Seis companhias aéreas suspenderam temporariamente seus voos. O Ministério dos Transportes venezuelano estipulou um prazo de 48 horas para retorno das operações, mas, após o prazo, as suspensões continuaram.

Como resposta, Maduro revogou as licenças dessas empresas, acusando-as de contribuir para “ações de terrorismo de Estado promovidas pelos EUA, suspendendo unilateralmente suas operações aéreas”.

Washington acusa Maduro de liderar o chamado Cartel de los Soles, que foi classificado como grupo terrorista na segunda-feira. O governo de Caracas rejeitou essa classificação, chamando-a de “mentira ridícula”.

Desde setembro, a tensão entre EUA e Venezuela tem aumentado. Forças americanas atacaram mais de 20 embarcações supostamente usadas para tráfico de drogas no Caribe e Pacífico, resultando em pelo menos 83 mortes.

Trump também autorizou operações secretas da CIA na Venezuela e afirmou que falará com Maduro em algum momento.

Maduro denunciou que essas ações militares têm como objetivo derrubá-lo e declarou que os EUA pretendem se apoderar das reservas petrolíferas venezuelanas.

Créditos: UOL Noticias