Trump alerta para fechamento do espaço aéreo venezuelano em meio a tensões
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou neste sábado (29) que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado fechado.
Paralelamente, uma aeronave do governo venezuelano realizou uma viagem até a fronteira com o Brasil, em meio ao agravamento das tensões militares na região do Caribe com os Estados Unidos.
Esse cenário ocorre em um momento delicado, com informações indicando que os EUA já teriam planos preparados para realizar bombardeios em solo venezuelano.
O analista internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, afirmou: “Os planos para o bombardeio do território venezuelano já estavam prontos e os ataques pareciam iminentes hoje de manhã”.
Ele acrescentou que, após a publicação do presidente Trump, os bombardeios tornaram-se ainda mais prováveis.
Na rede social Truth Social, Trump publicou: “A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e de pessoas, considerem o FECHAMENTO TOTAL DO ESPAÇO AÉREO SOBRE E AO REDOR DA VENEZUELA”.
Na semana anterior, a agência reguladora de aviação americana havia alertado as principais companhias aéreas sobre uma “situação potencialmente perigosa” ao sobrevoar a Venezuela, devido ao “agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e ao redor” do país.
Em resposta, a Venezuela condenou as declarações de Trump. O chanceler venezuelano Yván Gil publicou um comunicado denunciando e reprovando a “ameaça colonialista que busca afetar a soberania de seu espaço aéreo, constituindo um novo, extravagante, ilegal e injustificado ato de agressão contra o povo venezuelano”.
Gil acrescentou que, na declaração de Trump, “tenta aplicar extraterritorialmente a jurisdição ilegítima dos Estados Unidos na Venezuela”.
Ele ressaltou que este tipo de declaração é um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios básicos do Direito Internacional, e destaca que é parte de uma política contínua de agressão contra a Venezuela.
O texto afirma ainda que o país “não aceitará ordens, ameaças nem ingerências de nenhum poder estrangeiro”.
O voo da aeronave, registrado pela plataforma ADSB Exchange, partiu de Caracas até Santa Helena de Huayran, cidade fronteiriça com o estado brasileiro de Roraima, retornando depois à capital venezuelana.
A aeronave é conhecida por ter sido utilizada anteriormente por Nicolás Maduro. Até o momento, a liderança do Exército brasileiro na fronteira não dispõe de informações sobre uma possível fuga de Maduro.
Uma reportagem recente do Washington Post levantou a hipótese de que Maduro poderia buscar asilo na Turquia, país com o qual mantém relações próximas.
Sant’Anna comentou que será necessário observar, caso a fuga de Maduro seja confirmada, qual será a postura do governo americano, se haverá insistência na extradição, já que há processos contra Maduro por narcotráfico, corrupção e abusos de direitos humanos, ou se os EUA irão acomodar a situação.
A situação segue incerta, com as autoridades americanas podendo buscar a extradição de Maduro caso sua fuga seja confirmada ou negociar com o país que eventualmente o receba.
Créditos: CNN Brasil