Internacional
10:10

Trump confirma ligação telefônica recente com Nicolás Maduro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou no domingo, 30, que teve uma conversa telefônica recente com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que acusa Washington de preparar uma “agressão”.

Os EUA acusam Maduro de liderar um suposto cartel de drogas e, desde agosto, mantêm uma operação antinarcóticos no Caribe, com a mobilização do maior porta-aviões do mundo.

Ao ser questionado sobre a ligação na semana anterior, conforme reportagem do The New York Times, Trump respondeu: “Não quero comentar, a resposta é sim” e ainda afirmou que “não diria que foi uma ligação boa nem ruim” durante o voo no Air Force One.

O senador americano Markwayne Mullin declarou que os EUA ofereceram a Maduro a possibilidade de deixar o país, sugerindo que poderia ir para Rússia ou outra nação.

Maduro, que acusa Trump de usar a luta antidrogas como pretexto para derrubá-lo, ressaltou que a Venezuela é um país “indestrutível, intocável, invencível”.

Durante um evento de café com convidados russos, afirmou que o setor de turismo terá um dos “melhores Natais já conhecidos”, com a Venezuela em paz e feliz.

Em carta divulgada no domingo, Maduro pediu ajuda à Opep para deter a “agressão” dos EUA, liderada contra a estabilidade do mercado energético internacional, segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez durante uma reunião ministerial virtual.

Na carta, Maduro afirma que Washington pretende derrubar seu governo e controlar as reservas petrolíferas venezuelanas, e que uma ação militar poderia colocar em risco a produção de petróleo da Venezuela e o mercado global.

Embora Trump não tenha ameaçado abertamente usar força, indicou que operações terrestres contra o narcotráfico começarão em breve.

No sábado, Trump afirmou que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado fechado, após alerta das autoridades americanas às companhias aéreas sobre a atividade militar na região.

A Venezuela reagiu revogando licenças operacionais de seis companhias aéreas que suspenderam voos e classificou a declaração de Trump como uma “ameaça colonialista” contra sua soberania aérea.

Essa advertência fez com que fossem suspensos voos especiais de repatriação para venezuelanos deportados dos EUA.

A vice-presidente venezuelana anunciou uma operação para retorno de venezuelanos retidos em outros países e para facilitar a saída voluntária de quem desejar.

Desde setembro, os EUA atacaram cerca de 20 embarcações suspeitas de tráfico no Caribe e no Pacífico, com pelo menos 83 mortos, mas sem apresentar provas das acusações.

A Venezuela considera esses ataques “execuções extrajudiciais” e solicitou investigação da ONU, recebendo familiares das vítimas no Parlamento.

Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e mediador com governos americanos, citou reportagem do Washington Post que afirma que o secretário de Defesa dos EUA teria ordenado eliminar todos os passageiros de uma embarcação, levando a um segundo ataque, e qualificou o fato como “crime de guerra”.

Trump declarou no domingo que pretende investigar o caso, mas confia no relato do chefe do Pentágono, dizendo acreditar nele quando nega ter feito tal ordem.

Créditos: CartaCapital

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