Política
12:07

Planalto e STF criticam resistência de Alcolumbre à indicação de Messias

A forte resistência de Davi Alcolumbre (União-AP) à nomeação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem causado surpresa entre membros da Corte e do Palácio do Planalto.

Para eles, Alcolumbre imprimiu sua marca no processo e acabou se tornando símbolo de uma possível crise institucional sem precedentes, com risco real de rejeição pelo Senado de uma indicação presidencial para a Suprema Corte, cenário inédito na história recente do Brasil.

Interlocutores de Alcolumbre afirmam que sua postura busca apenas reconhecimento, destacando que o descontentamento teve início porque o presidente Lula (PT) não o comunicou oficialmente sobre a escolha de Messias.

Essa decisão contrariou Alcolumbre, que defendia abertamente o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu antecessor e sucessor na presidência do Senado.

Entretanto, o Planalto considera insuficiente essa explicação como único motivo para o descontentamento e a base governista sugere que a resistência também está ligada a disputas por cargos e preocupações com investigações em andamento.

No domingo (30), Alcolumbre respondeu publicamente, afirmando em nota que o governo não enviou a documentação necessária para que o Senado possa votar a indicação de Messias. Ele acusou setores do Executivo de tentar criar a falsa impressão de que divergências entre os Poderes seriam resolvidas por interesses fisiológicos, envolvendo cargos e emendas.

Essa disputa entre Executivo e Legislativo sobre a indicação de Messias tem deixado ministros do STF perplexos.

Fontes de diferentes grupos dentro da Corte apontam a atuação de Alcolumbre como inédita e clara na tentativa de derrota da nomeação.

Quem acompanhou a indicação do ministro André Mendonça para o STF relembra que Alcolumbre submeteu Mendonça a um processo descrito por alguns como cruel, chegando a usar emendas de relator como instrumento de pressão para barrar a indicação.

Créditos: G1

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