Lula atua para aprovar indicação de Jorge Messias ao STF no Senado
O presidente Lula interveniu pessoalmente para tentar reverter o cenário desfavorável à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Messias foi indicado pelo presidente e precisa da aprovação dos senadores para assumir a vaga.
Lula convocou o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação no Senado, para uma conversa reservada. O encontro, inicialmente previsto para domingo (30), foi adiado para segunda-feira (1º) devido a problemas de agenda.
A movimentação busca enfrentar a resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que defende o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo e trabalha para que a indicação de Messias seja rejeitada.
A estratégia é que Weverton, vice-líder do governo no Senado, identifique as insatisfações dos senadores para que o governo possa lançar uma ofensiva que neutralize essas resistências antes da votação.
Weverton já demonstrou intenção de apresentar um relatório favorável a Messias. A aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado é considerada provável, porém a votação em plenário ainda é incerta, pois Alcolumbre possui maioria naquele ambiente.
Os atritos entre o governo e Alcolumbre aumentaram na semana passada. No domingo (30), o presidente do Senado divulgou um comunicado negando que tenha exigido cargos no governo para apoiar a indicação de Messias.
Na nota, Alcolumbre criticou o que chamou de tentativa de setores do Executivo de criar a impressão de que divergências entre os poderes são resolvidas por interesses fisiológicos, como troca de cargos e emendas, o que considerou ofensivo ao Legislativo.
Ele afirmou que esse método é usado para desqualificar quem discorda e destacou que nenhum poder está acima do outro, rejeitando tentativas de desmoralização para autopromoção com base em fatos que não correspondem à realidade.
Para conter a crise, ministros ligados a Lula entraram em contato com jornalistas para afirmar que Alcolumbre não fez exigências ao governo.
Além disso, a ministra das Relações Institucionais, Gleidi Hoffmann, publicou no X (ex-Twitter) que o governo tem o “mais alto respeito e reconhecimento” pelo presidente do Senado e que jamais diminuiria a relação institucional para negociar cargos ou emendas.
Essa movimentação ocorre enquanto a indicação de Jorge Messias ao STF ainda enfrenta desafios no Senado, onde o apoio de várias lideranças políticas é determinante para sua confirmação.
Créditos: Folha de S.Paulo