Internacional
22:07

Trump convoca Conselho de Segurança para tratar crise na Venezuela

O presidente Donald Trump convocou para hoje uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para discutir a situação na Venezuela, conforme anunciado pela Casa Branca em meio à tensão entre Washington e Caracas.

Os Estados Unidos enviaram para o Caribe o maior porta-aviões do mundo, acompanhado por outros navios de guerra, aviões de combate e milhares de soldados. O governo americano afirma que essa movimentação faz parte de operações contra o narcotráfico, embora o presidente venezuelano Nicolás Maduro alegue que o verdadeiro objetivo seja sua retirada do poder.

A reunião acontece um dia após Trump confirmar telefonema com Maduro, que não se manifestou sobre o contato. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, não esclareceu se o presidente tomou decisão definitiva sobre possível intervenção militar americana.

Leavitt também não descartou a mobilização de tropas dos EUA em território venezuelano, mantendo uma postura ambígua. “Existem opções disponíveis para o presidente, e deixarei que ele se manifeste sobre elas”, afirmou. Enquanto isso, Maduro liderou uma marcha com milhares de apoiadores que ostentavam bandeiras da Venezuela e camisetas vermelhas do partido governista.

Em seu discurso, Maduro declarou: “Nascemos para vencer e não para ser vencidos! Queremos paz, mas paz com soberania, igualdade e liberdade; não queremos a paz dos escravos, nem a paz das colônias.”

O Conselho de Segurança Nacional se reúne dois dias depois de Trump afirmar que o espaço aéreo venezuelano deveria ser “totalmente fechado” e que diversas companhias aéreas cancelaram voos para o país. Recentemente, Trump disse que os EUA começariam “muito em breve” a mirar “narcotraficantes venezuelanos” em operações “em terra”.

As operações no Caribe resultaram na morte de 83 pessoas após ataques contra pelo menos 20 embarcações suspeitas de tráfico de drogas. Até o momento, o governo americano não apresentou provas que confirmem que os alvos eram narcotraficantes.

A Casa Branca foi criticada por um segundo ataque contra sobreviventes de uma lancha bombardeada em 2 de setembro. Informações da mídia americana indicam que dois sobreviventes foram abatidos posteriormente em uma ação autorizada pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth.

A porta-voz Leavitt afirmou que o comandante responsável agiu dentro das normas legais para garantir a destruição da embarcação e eliminar ameaça aos EUA, com o aval do chefe do Pentágono. Esse primeiro ataque deixou 11 mortos e foi seguido por cerca de vinte outros no Caribe e no Pacífico.

Críticos classificam os bombardeios como execuções extrajudiciais, mesmo sendo direcionados a traficantes conhecidos. Ataques posteriores que deixaram sobreviventes foram seguidos por operações de busca e resgate, que conseguiram recuperar duas pessoas em um caso e falharam em outro.

Hegseth defendeu a legalidade das ações e afirmou em rede social que as operações estão em conformidade com as leis de conflito armado, com aprovação de advogados militares e civis ao longo da cadeia de comando.

Créditos: UOL

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