Maduro tenta impor condições para saída, mas Trump rejeita propostas
A situação política na Venezuela, marcada pela saída iminente de Nicolás Maduro, é repleta de tensão, mas com um desfecho conhecido: a queda do líder. Maduro, acometido pela típica síndrome dos tiranos latino-americanos que se deixam levar pela arrogância do poder, acredita possuir cartas na manga para negociar sua retirada, inclusive impondo condições como o controle sobre os militares.
Fontes indicam que o New York Times e o Miami Herald detalharam uma conversa entre Maduro e Donald Trump, intermediada pelo Brasil, Catar e Turquia. A proposta americana previa um salvo-conduto sem prisão nem tortura para Maduro, sua esposa Cília Flores e seu filho, caso renunciassem em uma semana. Para os parentes envolvidos com narcotráfico, contudo, não houve menção.
Embora o destino do exílio não tenha sido divulgado, a possibilidade de enfraquecer o regime cubano, dependente do petróleo venezuelano, torna improvável que Maduro fosse para uma ilha caribenha. Opções como Brasil ou México, governados por aliados do bolivarianismo, criariam reações negativas, deixando Rússia e Irã como alternativas remotas.
Maduro, desconectado da realidade, impôs três exigências: anistia global para crimes cometidos por ele e seus aliados, incluindo sanções e processos internacionais; manter o controle das Forças Armadas, similar ao acordo de 1991 em Nicarágua; e um adiamento para sua saída. Essas condições foram rejeitadas por Trump após uma conversa de quinze minutos, sem previsão de novo contato.
Após o diálogo frustrado, Trump alertou o fechamento total do espaço aéreo venezuelano contra linhas aéreas, pilotos e traficantes. Empresas aéreas internacionais já haviam cancelado voos para a Venezuela por questões de segurança. Além disso, o governo americano designou o Cartel de los Soles — facção ligada a generais venezuelanos — como Organização Terrorista Estrangeira, equiparando líderes do regime como Maduro, Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López a membros da Al Qaeda.
O comando americano conta com a presença do porta-aviões Gerald Ford e cerca de 15 mil militares no Caribe. A Venezuela, limitada a uma guerra de guerrilha pouco promissora, enfrenta pouca interferência direta das tropas russas no país, que evitam confrontos com os americanos. Entretanto, a situação permanece instável.
O Brasil defende uma solução pacífica, buscando evitar uma nova onda de refugiados, posição que coincide com os interesses dos EUA. Entre os países vizinhos, o presidente colombiano Gustavo Petro aposta na continuidade dos voos para Venezuela, ignorando os riscos envolvidos.
Maduro, que sobreviveu ao poder por treze anos graças à sua habilidade, agora enfrenta o fim de seu regime sob o governo Trump. Na semana anterior, Maduro, ex-motorista de ônibus, vestiu-se em farda militar e exibiu a espada histórica de Simón Bolívar, gesto considerado uma afronta à memória do libertador, cuja exumação foi ordenada por Hugo Chávez para investigar suposto envenenamento.
Em breve, espera-se que tanto os venezuelanos quanto a memória de Bolívar se libertem dessa situação tumultuada.
Créditos: Veja Abril