Flávio Bolsonaro comenta conflito familiar e visita o pai na PF
Em meio a tensão na família Bolsonaro envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho 01 do ex-presidente, realizou uma visita ao pai na Superintendência da Polícia Federal.
Em entrevista à imprensa na manhã de terça-feira (2/12), Flávio revelou que levou anotações para que o pai pudesse ler, falou sobre o estado de saúde do detido e afirmou ter pedido desculpas à madrasta.
O desentendimento familiar ocorreu após Michelle criticar a aproximação do Partido Liberal com o político cearense Ciro Gomes, que agora está no PSDB. “Eu expliquei para ele [Bolsonaro] o que tinha acontecido, mas disse que já me resolvi com a Michele, pedi desculpas a ela, ela também”, declarou o senador.
Flávio também falou sobre a reunião marcada do PL para o dia, destacando que o intuito é estabelecer uma rotina de decisões coletivas. “No Ceará, assim como em outros estados, não havia decisões tomadas e isso será discutido entre nós para que depois o presidente Bolsonaro dê a palavra final, como sempre disse desde o início”, contou.
O PL avalia apoiar Ciro Gomes para o governo do Ceará, postura criticada publicamente por Michelle durante um evento em Fortaleza no domingo (30/11). Filhos do ex-presidente consideraram a fala da ex-primeira-dama desrespeitosa e contrária à posição do pai, que teria aprovado o acordo com Ciro.
Indagado sobre uma nota divulgada por Michelle na terça, Flávio afirmou que a madrasta presumiu uma decisão já tomada sobre o apoio no Ceará e destacou que a palavra final pertence a Jair Bolsonaro.
O senador voltou a criticar a prisão do pai, classificando-a como desumana. Segundo Flávio, a saúde do ex-presidente está debilitada e requer cuidados contínuos. “Ele é uma pessoa idosa, que precisa de cuidados médicos, e mesmo assim está em um local que parece um cativeiro”, afirmou.
No início da coletiva, Flávio relatou que Bolsonaro ainda sofre de soluços e sentiu dores na virilha. “A ordem é mantê-lo trancado em uma sala 12 horas por dia, com a porta fechada”, disse.
“Ele é inocente e não merece passar por isso. Meu apelo é para que a lei seja respeitada, pois ele recebe um tratamento pior que o de chefes de facção criminosa no Brasil”, defendeu.
O senador também comentou a demora na tramitação do PL da Anistia, que classificou como uma “enrolação”. “Isso angustia todos, é preciso tomar uma decisão. Se não for pautado, que se informe logo para que ajustemos nossa estratégia, pois não podemos ter expectativas falsas”, criticou.
Além da anistia, os filhos continuam a apoiar a necessidade de uma prisão domiciliar humanitária para Bolsonaro.
Créditos: Correio Braziliense