Política
16:07

Prisão de Bacellar abre caminho para sucessão de Cláudio Castro no RJ

A prisão de Rodrigo Bacellar, do União Brasil, pela Polícia Federal, afeta diretamente a sucessão do governador Cláudio Castro, do PL, prevista para 2026. Com o afastamento do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o cenário pode beneficiar a candidatura de Castro ao Senado.

Castro deseja deixar o governo em abril para disputar uma vaga na Câmara Alta, mas hesitava em sair para que o deputado Bacellar, com quem rompeu neste ano, assumisse o cargo. O Rio de Janeiro está sem vice-governador, pois Thiago Pampolha, que ocupava essa função, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Sendo assim, o próximo na linha sucessória é o presidente da Alerj.

Em julho, a relação entre Castro e Bacellar piorou quando este assumiu interinamente o cargo e demitiu o secretário de Transportes, Washington Reis, durante viagem de Castro ao exterior, sem aviso. Desde então, Castro tenta evitar que Bacellar desmonte a atual administração às vésperas do período eleitoral.

Conforme as regras de sucessão, o presidente da Alerj deve convocar eleição indireta para eleger um governador interino, que governará até janeiro de 2027, quando o eleito pelo voto popular tomará posse. Bacellar, apoiado unanimemente pelos colegas, poderia concorrer e ter boas chances de ser eleito. O grupo de Castro já planejava formas de impedir essa manobra, incluindo uma possível nomeação para o TCE que contemplasse Bacellar.

No entanto, com a prisão de Bacellar, assume temporariamente o vice-presidente da Casa, Guilherme Delaroli, também do PL. No ambiente da Alerj, a dúvida é se Delaroli apoiará Bacellar ou atuará para se manter no cargo, dada a importância da posição.

Outro nome cogitado para a sucessão de Castro é o chefe da Casa Civil, Nicola Miccioni, considerado mais técnico que político, e que poderia preservar a estrutura criada pelo atual governador, fator fundamental para a campanha de 2026.

No momento, as especulações são maiores que as certezas sobre o desenrolar político no Rio de Janeiro.

Créditos: Veja Abril

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