PF apreende mais de R$ 90 mil em carro oficial de Rodrigo Bacellar

A Polícia Federal apreendeu R$ 90.840,00 em dinheiro em espécie durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no veículo oficial usado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), que foi preso preventivamente nesta quarta-feira (3). Três celulares também foram confiscados para perícia.

Rodrigo Bacellar foi alvo da Operação Unha e Carne, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O parlamentar é investigado por suspeita de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, que levou à prisão do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silvas, conhecido como TH Joias, em setembro.

Naquela ocasião, TH Joias foi alvo simultâneo das operações Bandeirante e Zargun. Contudo, a Polícia não o encontrou em sua residência na Barra da Tijuca nem em seu gabinete na Alerj, sendo detido horas depois em um condomínio de alto padrão na mesma região.

Segundo a PF, Bacellar orientou TH Joias a fugir e destruir provas pouco antes da Operação Zargun.

Fontes informaram que Bacellar foi convocado para uma reunião com o superintendente da PF no Rio, Fábio Galvão, e preso em seguida.

A defesa de Bacellar negou que o deputado tenha tentado atrapalhar investigações de facções criminosas ou vazado informações a alvos das operações. Os advogados afirmam que ele não cometeu atos que justificassem a prisão preventiva e que Bacellar prestou todos os esclarecimentos solicitados pela Polícia Federal.

Em relação ao dinheiro apreendido, a defesa apontou que esses valores não constam na decisão do ministro Moraes.

A Alerj informou que ainda não foi oficialmente comunicada sobre a Operação Unha e Carne.

Rodrigo Bacellar já foi secretário de Estado no Rio de Janeiro e atualmente é deputado estadual. Foi eleito em 2018 pelo Solidariedade com 26.135 votos. Em 2021, nomeado para a Secretaria de Estado de Governo pelo governador Cláudio Castro, retornou ao mandato em 2022 pelo PL, tendo recebido 97.822 votos e cumprindo seu segundo mandato na Assembleia. Em fevereiro deste ano, foi reconduzido à presidência da Alerj por unanimidade.

Na posse, destacou a Alerj como exemplo nacional e citou o enfrentamento da dívida do Rio com a União e a segurança pública como prioridades.

A Operação Zargun, iniciada em 3 de setembro, apurou um esquema de corrupção envolvendo líderes do Comando Vermelho no Complexo do Alemão e agentes públicos, incluindo um delegado da Polícia Federal, policiais militares, e um ex-secretário municipal e estadual, além de um deputado estadual.

O ex-deputado investigado teria praticado diversos crimes. Junto a TH Joias, também foram presos Alessandro Pitombeira Carrasena, que ocupou funções secretarias estaduais e municipais, três policiais militares e um delegado federal no Aeroporto Internacional do Galeão.

As investigações indicam que o Comando Vermelho tinha comunicação direta com essas autoridades para garantir impunidade, acesso a informações sigilosas e facilitar o tráfico de armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, que eram revendidos até para facções rivais.

Créditos: CNN Brasil