Economia
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Desigualdade de renda no Brasil cai em 2024 e atinge menor nível histórico

Em 2024, a desigualdade de renda no Brasil recuou, alcançando o menor nível já registrado, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de Gini, que mede a desigualdade no rendimento domiciliar, caiu para 0,504 em 2024, depois de se manter estável em 0,517 nos anos de 2022 e 2023. Este índice, reconhecido mundialmente, varia de 0 a 1, sendo que valores mais próximos de 1 indicam maior desigualdade.

O rendimento domiciliar per capita mensal no Brasil teve um aumento médio de 4,9% em 2024, alcançando R$ 2.017, o maior valor da série histórica. O crescimento da renda foi mais expressivo entre as classes com menor ganho, o que explica a redução da desigualdade, conforme apontou o analista do IBGE, Leonardo Queiroz Athias.

Para os 10% mais pobres, a renda cresceu 13,2% em 2024 em comparação com 2023, passando para R$ 248 por mês. Já os 10% mais ricos tiveram aumento de 1,6% no mesmo período, alcançando R$ 7.983 mensais.

No intervalo de 2012 a 2024, o rendimento domiciliar per capita subiu 18,9% na média. Nos 10% mais pobres, a alta foi de 52,3%, enquanto nos 10% mais ricos, o aumento foi de 9,8%.

Segundo Athias, a queda na desigualdade reflete o mercado de trabalho brasileiro, que permanece aquecido desde 2022, e os programas sociais vigentes.

O IBGE simulou o impacto dos programas sociais na desigualdade e constatou que, sem essas políticas, o índice de Gini teria caído de 0,554 em 2023 para 0,542 em 2024, ainda acima do menor valor registrado na série histórica, 0,540 em 2015.

Apesar da redução verificada, o Brasil continua apresentando desigualdade significativa, especialmente quando comparado a outras nações.

O rendimento domiciliar médio dos 10% mais ricos é 32,2 vezes maior que o dos 10% mais pobres. Quando se analisam os 20% mais ricos e os 20% mais pobres, a renda dos primeiros é 11 vezes superior à dos últimos.

Comparado a países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ocupa a segunda maior distância entre esses grupos, atrás apenas da Costa Rica, que registra uma diferença de 12,3 vezes.

Créditos: Valor Globo

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