Castro mantém silêncio 24h após prisão de Bacellar na Alerj
O governador Cláudio Castro permanece sem se manifestar 24 horas depois da prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, suspeito de vazar informações sigilosas. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que resultou na detenção e afastamento de Bacellar.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também não comentou o caso e ambos os líderes políticos não participaram de eventos agendados, evitando se posicionar sobre o ocorrido.
Castro não compareceu a um encontro marcado para as 9h no pré-Cosud, que iniciou uma série de reuniões do Consórcio de Integração do Sul e Sudeste (Cosud). O evento contou com a presença de governadores da região Sul e Sudeste e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, assim como dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. O fórum será realizado até sábado, quando será lida uma carta-compromisso.
Até o momento, o governador fez apenas uma publicação nas redes sociais, um vídeo sobre o combate a um incêndio na Ceasa, sem mencionar a prisão de Bacellar. Já o prefeito Eduardo Paes publicou uma mensagem sobre futebol, felicitando o Flamengo pelo título brasileiro, sem referência ao episódio.
A prisão de Bacellar foi decretada por Alexandre de Moraes na manhã de quarta-feira, durante a Operação Unha e Carne. Além da detenção, houve o afastamento do deputado da presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Segundo o ministro, existem fortes indícios de que Bacellar participou de uma organização criminosa. A investigação indica que ele vazou informações sigilosas da Operação Zargun, que prendeu o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, acusado de tráfico, lavagem de dinheiro, corrupção e liderança no Comando Vermelho.
Mensagens trocadas entre Bacellar e TH Jóias sugerem o vazamento. Moraes afirmou que Bacellar tinha conhecimento prévio da operação policial e orientou Thiego sobre a remoção de objetos investigativos.
Na quarta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados em quatro endereços ligados a Bacellar, em Botafogo, Campos dos Goytacazes, Teresópolis e em seu gabinete na Alerj. TH Jóias também foi levado para a sede da PF, onde permaneceu em silêncio por cerca de 1h20.
Bacellar está preso na Superintendência da Polícia Federal no Rio, com direito a sala de Estado-Maior por sua condição de autoridade.
A Alerj informou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a operação, mas que tomará as medidas cabíveis assim que receber as informações.
A cúpula da Assembleia teme novas ações judiciais caso Bacellar tente reassumir o cargo após eventual soltura, além de possíveis interferências externas na Casa.
Créditos: O Globo