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Professor brasileiro é preso nos EUA após disparo com arma de chumbinho perto de sinagoga

Carlos Portugal Gouvea, professor visitante da Faculdade de Direito de Harvard e da USP, foi detido pela imigração dos Estados Unidos após admitir ter disparado uma arma de chumbinho próximo a uma sinagoga em Massachusetts.

O episódio ocorreu em outubro, na véspera do Yom Kippur, conforme comunicado do Departamento de Segurança Interna (DHS) divulgado em 5 de dezembro.

Gouvea foi preso pelo Serviço de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE) depois que seu visto temporário foi cancelado pelo Departamento de Estado dos EUA.

Segundo a polícia local, ele não sabia que residia ao lado de uma sinagoga, nem que tinha atirado próximo a esse local, tampouco que se tratava de um feriado religioso.

O professor, cidadão brasileiro e associado da Faculdade de Direito da USP, que ministrou aula em Harvard no semestre de outono, concordou em deixar o país, segundo o DHS.

O incidente gerou controvérsia, pois o governo americano classificou o caso como um “incidente de tiro antissemita”, interpretação divergente da apresentada pelas autoridades locais. A sinagoga Temple Beth Zion e o departamento de polícia de Brookline investigaram o caso e avaliaram que não havia motivação antissemita.

Gouvea firmou um acordo referente à acusação de disparo ilegal de arma de pressão, que inclui seis meses de liberdade condicional antes do julgamento e o pagamento de uma indenização de US$ 386,59. As demais acusações por perturbação da paz, conduta desordeira e vandalismo foram retiradas.

A prisão ocorre em momento em que o governo Trump pressionava Harvard para resolver acusações relacionadas à proteção de estudantes judeus e combate ao antissemitismo no campus, incluindo processos contra a universidade por cortes em subsídios de pesquisa federais.

Créditos: g1

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