Opinião
22:07

[Artigo]: Quem será o próximo prefeito de Natal? Por Marcus Aragão

Para começar, acho que Paulinho tem comprovado potencial no legislativo. Político hábil e conciliador, conquistou vários mandatos como vereador, deputado estadual e, agora, como deputado federal. Tem recebido grande quantidade de votos, pois a população certamente acredita no seu perfil adequado ao legislativo.

Entretanto, por que sua campanha não tem prosperado como o esperado? Somente agora, com o apoio de Álvaro Dias, as pesquisas sinalizam uma subida de alguns pontos. Ora, esses votos são de Álvaro e não de Paulinho — esses eleitores não votam por convicção e sim por indicação. Repare que as pessoas que votaram em Paulinho para deputado não parecem dispostas a votar para prefeito. Se não, já teria subido nas pesquisas faz tempo. Imagino que, como nossa cidade está precisando realmente de um pulso mais firme para se reerguer, o jeito suave e conciliador de Paulinho Freire pode não despertar essa confiança de que ele é o candidato certo para essa árdua missão.

Outra questão é que acredito ser difícil convencer a direita a votar em Paulinho Freire. Apesar do grande apoio de políticos da direita, vejo seu sutil alinhamento com a esquerda como o maior complicador. Veja por quê: de acordo com a plataforma Placar Congresso, que monitora as votações na Câmara Federal, no quesito fidelidade ao governo de Lula, o deputado Paulinho Freire só fica atrás de Natália Bonavides e Fernando Mineiro, que são do PT, mesmo partido do presidente. E isso é fato, e contra fatos não há argumentos.

— Se Paulinho vota com a esquerda, como a direita vota com Paulinho?

Em 102 votações na Câmara Federal, Paulinho Freire manteve 66% de alinhamento nas 99 votações em que esteve presente – 65 a favor do governo e 34 como oposição. Como se apresentar como anti-PT se, na prática, votou na maioria das vezes alinhado com a esquerda?

Os candidatos de direita de verdade, como General Girão e Sargento Gonçalves, votaram sempre contra o governo Lula. Girão votou 97% das vezes contra o governo de Lula e Sargento Gonçalves, 99%.

Vamos à outra candidata, Natália Bonavides. Sinceramente, acho ela simpática e tem uma fluência verbal impressionante, mas depois que apoiou a invasão da propriedade privada, ou seja, o antigo prédio do Diário de Natal, e entrou com o projeto na Câmara Federal para descriminalizar o pequeno roubo, se alinhou muito com a extrema esquerda. Esse posicionamento assusta e afasta o cidadão que respeita a democracia e a propriedade privada — ou seja, a maioria da nossa gente. Natália pode ficar colhendo os benefícios desse radicalismo se elegendo com a parcela da extrema esquerda para cargos no legislativo — no executivo será difícil se insistir nessa postura, por que não dizer, ao meu ver, comunista.

Temos ainda o Carlos Eduardo. Não é segredo que falta jogo de cintura e simpatia, mas ele tem experiência tanto no legislativo como principalmente no executivo. Foi eleito quatro vezes deputado estadual, vice-prefeito e prefeito por três mandatos, onde acumulou o conhecimento que pode fazer a diferença na próxima eleição. Penso que o povo tem demonstrado nas pesquisas que acredita que com Carlos Eduardo não terá surpresas negativas, pois já o conhecem como prefeito eleito e reeleito.

Ao final desta breve análise sobre os três candidatos, lembro ao eleitor que todo cuidado é pouco para não elegermos o candidato errado. Este erro pode custar caro, pode custar quatro anos. Aliás, oito anos, pois haverá certamente a reeleição e a ladainha de “Natal não pode parar” ou ainda “O trabalho tem que continuar” ou “Avança, Natal” que hipnotiza o eleitor menos instruído que acaba cedendo aos apelos de sempre. Quando você pensar que terá mudança após os oito anos, ainda terá as mesmas campanhas voltando mais uma vez para tentar eleger o sucessor. Enfim, teremos perdido 12 anos e aí, sim, já poderá ser tarde demais.

Quem vai ganhar as eleições só o tempo irá dizer. As pesquisas podem variar muito até que se aproxime do dia da eleição. A primeira obra do futuro prefeito é construir uma campanha sólida que transmita a confiança e credibilidade que precisamos. Natal não pode se dar ao luxo de fazer a escolha errada nessa próxima eleição. É preciso recuperar nosso desenvolvimento para voltarmos a ser competitivos com outras cidades do Nordeste, como João Pessoa, por exemplo.

Que vença o melhor… para Natal!

Marcus Aragão
@aragao01