Atentado em Bondi, Sydney, deixa 15 mortos, incluindo sobrevivente do Holocausto
Um ataque terrorista ocorrido na popular praia de Bondi, em Sydney, no domingo (14), resultou em pelo menos 15 mortes, entre elas uma criança de dez anos, um sobrevivente do Holocausto e dois rabinos. O atentado aconteceu durante uma celebração da festividade judaica Hanukkah, quando dois homens armados abriram fogo contra os presentes. Pai e filho eram os autores do ataque: o pai foi morto e o filho está hospitalizado; suas identidades ainda não foram divulgadas.
Entre as vítimas, a criança de dez anos se destacou como a mais jovem. Ela foi aluna de uma escola russa em Sydney, que expressou pesar pela sua perda. A professora Irina Goodhew, que a ensinou, iniciou uma campanha para arrecadar fundos para a mãe da menina, descrevendo Matilda como uma “criança brilhante, alegre e cheia de vida”.
Eli Schlanger, rabino nascido em Londres com 41 anos, também morreu. Ele tinha cinco filhos e trabalhava em um centro cultural judaico, conforme reportado pela imprensa local.
Peter Meagher, conhecido como Marzo, morreu e teve sua morte confirmada pelo clube de rúgbi de Randwick, onde atuava como voluntário. Ele também era fotógrafo freelancer no evento. Segundo o clube, Meagher estava “no lugar errado, na hora errada” e era muito querido pela comunidade do clube.
No evento, Meagher estava acompanhado da esposa, Larisa Kleytman, que relatou que o marido tentou protegê-la durante o ataque, quando foi ferido fatalmente. Ambos eram sobreviventes do Holocausto e compartilharam sua história com a organização JewishCare. Nascido na Ucrânia, Meagher imigrou com a família para a Austrália.
Outra vítima é Dan Elkayam, um francês de 27 anos e ex-jogador do time australiano Rockdale Ilinden. O clube o definiu como uma pessoa “extremamente talentosa e popular entre os colegas de equipe”. O presidente francês Emmanuel Macron expressou solidariedade à família de Elkayam.
Reuven Morrison, um membro local da sinagoga que imigrara da União Soviética na década de 1970, estava no evento com sua família quando o ataque ocorreu. Em entrevista à emissora ABC em 2024, ele relatou ter sido perseguido por ser judeu na União Soviética, mas não esperava enfrentar antissemitismo na Austrália, país que escolheu por sua segurança. Morrison, que tinha 78 anos, trabalhava na instituição judaica Beth Din de Sydney.
O ataque ocorreu em um momento onde ataques antissemitas em sinagogas australianas foram registrados, ressaltando a gravidade do episódio em Bondi. Essas mortes chocaram a comunidade local e internacional e suscitaram reflexões sobre a segurança e o combate ao terrorismo na Austrália.
Créditos: Folha de S.Paulo