Quem pode suceder Maduro se ele for derrubado pelos EUA na Venezuela
De acordo com uma reportagem da Reuters, no telefonema de 21 de novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um prazo de uma semana para que o ditador venezuelano Nicolás Maduro renunciasse e solicitasse asilo em qualquer país. Maduro não atendeu à exigência e Trump declarou na semana passada que os dias do líder chavista estão “contados”.
Com a pressão militar dos EUA crescendo, o mundo questiona quem poderia assumir o governo da Venezuela caso Maduro seja removido – seja pela renúncia forçada ou por um golpe militar.
Uma reportagem do jornal americano The New York Times aponta como possíveis sucessores o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e o secretário-geral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, considerado o número 2 do chavismo.
Entretanto, a administração Trump dificilmente aceitaria que qualquer um deles governasse, já que Padrino López defende a linha militarista do regime chavista, e Cabello, assim como Maduro, tem contra si uma recompensa oferecida pelos EUA envolvendo acusações de narcotráfico – US$ 25 milhões por Cabello e US$ 50 milhões por Maduro.
Segundo a Reuters, Maduro teria pedido que a vice-presidente Delcy Rodríguez comandasse um governo interino até novas eleições, proposta rejeitada por Trump.
Apesar de Delcy ter adotado políticas econômicas mais pró-mercado, ela permanece alinhada às posições extremas de Maduro e Cabello. Recentemente, ela criticou a entrega do Prêmio Nobel da Paz à líder oposicionista María Corina Machado, chamando a cerimônia de “velório” e “fracasso total”.
Seu irmão, Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento venezuelano, integra também a ala linha-dura do chavismo, liderando iniciativas como a retirada da Venezuela do Tribunal Penal Internacional e projetando ações para a anexação da região do Essequibo, parte do território da Guiana.
Do lado da oposição, Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino em 2019, sendo reconhecido por vários países. Contudo, a Assembleia Nacional da Venezuela extinguiu a presidência interina no final de 2022, e Guaidó perdeu influência política para figuras como Edmundo González e María Corina Machado.
González venceu a eleição presidencial de julho de 2024, mas o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, declarou Maduro vencedor, embora atas online comprovem a vitória da oposição. Após uma ordem de prisão, González recebeu asilo político na Espanha.
Vários países, incluindo os EUA e a Argentina, exigem que os resultados originais da eleição sejam respeitados. María Corina, considerada o principal nome da oposição atualmente, apoia que González assuma a presidência e seria sua vice.
Machado não disputou a eleição de 2024 por ser declarada inelegível pelo chavismo. Ela foi apoiadora principal de González na campanha e recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho pela democracia. Conta com forte apoio dos EUA e não se descarta a possibilidade de novos acordos políticos ou eleições para que ela assuma a presidência.
Créditos: Gazeta do Povo