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09:09

Trump ordena bloqueio total a petroleiros sancionados na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (16/12) que está decretando um bloqueio “total e completo” a todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela.

Em uma postagem em sua rede social Truth Social, Trump afirmou que o governo de Nicolás Maduro na Venezuela foi classificado como uma organização terrorista estrangeira.

Segundo o americano, o país sul-americano teria roubado bens dos EUA, além de ser acusado pelo regime de Maduro de envolvimento com “terrorismo, tráfico de drogas e tráfico de pessoas”.

“Por isso, hoje, estou ordenando um bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, declarou.

Trump acrescentou que a Venezuela está cercada pela maior força naval já reunida na história da América do Sul, e que essa presença só será intensificada, algo “nunca visto antes”.

Até o momento, a Venezuela não emitiu resposta às recentes declarações de Trump.

A postagem ocorreu uma semana após os Estados Unidos terem apreendido um petroleiro na costa venezuelana, acusando o país de violar sanções impostas por Washington.

Após as declarações, o preço do petróleo bruto dos EUA subiu cerca de 1,3%, sendo negociado em torno de US$ 56 o barril na noite de terça-feira.

Desde setembro, militares americanos mataram ao menos 90 pessoas em ataques a embarcações que alegadamente transportavam fentanil e outras drogas ilegais para os EUA.

Nos últimos meses, os Estados Unidos também enviaram navios de guerra para a região, mobilizando 15 mil soldados, porta-aviões, destróieres com mísseis guiados e navios de assalto anfíbios para o Caribe como parte da pressão sobre a Venezuela.

Em julho, Trump assinou uma diretriz secreta autorizando ataques das forças armadas americanas contra cartéis latino-americanos classificados como grupos terroristas.

Ele também designou dois grupos criminosos venezuelanos, o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles, como Organizações Terroristas Estrangeiras, alegando que o último é liderado por Maduro.

Essa designação permitiu deportações nos EUA de dezenas de venezuelanos acusados de integrar esses grupos, embora tais deportações tenham sido suspensas por decisão judicial.

Trump também acusou Maduro, sem apresentar evidências, de esvaziar prisões e hospitais psiquiátricos, forçando os internos a migrarem para os Estados Unidos.

No início de agosto, o governo Trump elevou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levassem à captura do presidente venezuelano.

Em outubro, Trump confirmou ter autorizado a CIA a realizar “operações secretas” dentro da Venezuela.

Recentemente, conversas telefônicas entre Trump e Maduro teriam ocorrido, com os EUA emitindo um ultimato para que Maduro deixasse o país.

No final de novembro, o governo americano fechou o espaço aéreo venezuelano e recomendou que cidadãos dos EUA não visitem ou deixem a Venezuela.

A Venezuela, que detém algumas das maiores reservas de petróleo do mundo, acusa os Estados Unidos de tentarem roubar seus recursos.

Tanto sob Trump quanto sob o governo de Joe Biden, os EUA se opuseram à administração Maduro, pressionando pela sua saída do poder.

Na semana passada, novas sanções foram impostas a seis navios que supostamente transportavam petróleo venezuelano.

Sanções também foram aplicadas a parentes de Maduro e a empresas vinculadas ao governo que os EUA consideram ilegítimo.

Um dia antes, os Estados Unidos anunciaram a apreensão do petroleiro Skipper na costa da Venezuela, acusando-o de transporte ilegal de petróleo e declarando que o levavam para um porto americano.

Maduro criticou a apreensão, afirmando que os EUA “sequestraram a tripulação” e “roubaram” o navio. O chanceler venezuelano Yvan Gil classificou a ação como “pirataria internacional”.

Os Estados Unidos têm reforçado sua presença militar no Mar do Caribe, ao norte da Venezuela, antes da operação, envolvendo milhares de soldados e o USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo.

O deputado americano Joaquin Castro afirmou que o bloqueio naval de Trump configura um ato de guerra e indicou que o Congresso votará uma resolução para orientar o presidente a encerrar as hostilidades com a Venezuela.

Créditos: BBC News Brasil

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