Macron afirma que acordo UE-Mercosul não pode ser assinado sem salvaguardas
O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou nesta quinta-feira, 18, que a França não apoiará o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul sem a inclusão de outras salvaguardas para proteger seus agricultores.
Macron afirmou à imprensa antes de uma reunião de cúpula da UE: “Quero dizer aos nossos agricultores, que manifestam claramente a posição francesa desde o início: consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”.
Estava previsto que o acordo fosse fechado no sábado, 20, em Foz do Iguaçu. Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o assunto, prometendo que, caso o acordo não seja assinado agora, “o Brasil não fará mais acordo” enquanto ele for presidente.
A França é o principal opositor ao texto que está sendo negociado há mais de 20 anos. Recentemente, o país mudou sua estratégia: ao invés de bloquear o acordo, passou a defender o adiamento da votação pelos líderes da União Europeia.
Para que o tratado seja aprovado, é necessário o apoio de 15 dos 27 países membros e de representantes de 65% da população da UE. A posição do Palácio de Élysée persiste mesmo após o Parlamento Europeu ter aprovado esta semana salvaguardas que protegem a UE, especialmente no que diz respeito a produtos agrícolas.
Também na quarta-feira, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reforçou no Parlamento que assinar o pacto agora sem garantias suficientes para os agricultores seria precipitado. Segundo ela, o governo italiano só apoiará o acordo quando houver “adequadas garantias de reciprocidade para o setor agrícola italiano”.
Se a Itália se posicionar contra o acordo, a representatividade da população necessária para a votação fica comprometida, já que França detém 15,2%, Polônia 8,1%, e Itália 13,1%, totalizando 36,4%. Caso a votação seja retirada da pauta, o acordo não será assinado. /Com informações da AFP
Créditos: Terra