Política
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Jaques Wagner provoca crise na cúpula do PT ao articular votação da Lei da Dosimetria

Um impasse na liderança do governo no Senado desencadeou uma crise na cúpula do governo Lula em Brasília na noite de quarta-feira (17/12), relacionada à aprovação da Lei da Dosimetria.

O ponto central da crise envolve o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que entrou em conflito com o Palácio do Planalto após revelar que articulou um acordo para acelerar a votação do projeto sem o consentimento da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A ministra classificou a forma como a liderança no Senado conduziu o processo como um “erro lamentável” e afirmou que a tramitação contrariou a orientação do governo, que se posicionava contra o texto. Para Gleisi, a aprovação representa “desrespeito à decisão do STF e grave retrocesso na proteção da democracia”.

Em resposta, Jaques Wagner usou as redes sociais para criticar a exposição pública do conflito. Ele escreveu: “Lamentável é nos rendermos ao debate raso e superficial. É despachar divergências de governo por rede social.”

Apesar de ter articulado o acordo para o procedimento da votação, Wagner afirmou ser contrário ao mérito do projeto, que reduz as penas para condenados pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Ele declarou: “Eu não fiz nenhum acordo de mérito, eu continuo contra, acho um absurdo o projeto.”

O acordo previa a votação imediata do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, em troca da inclusão na pauta de um projeto prioritário do governo que trata de cortes em benefícios fiscais. Essa negociação provocou insatisfação na base aliada, levou partidos como MDB e PSD a abandonarem a votação na comissão e intensificou o desgaste do governo no Senado.

Créditos: Correio Braziliense

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