Trump não descarta guerra com a Venezuela e anuncia bloqueio a petroleiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista à NBC News que não descarta a possibilidade de um conflito militar com a Venezuela.
Em declarações por telefone, Trump disse: “Não descarto essa possibilidade, não”. Ele também mencionou que os Estados Unidos continuarão a apreender petroleiros próximos às águas venezuelanas, após ter confiscado um petroleiro sancionado na costa da Venezuela na semana anterior.
“Se continuarem navegando, eles acabarão retornando a um dos nossos portos”, declarou Trump durante a entrevista.
Na terça-feira (16), o presidente americano decretou um bloqueio a todos os petroleiros sancionados que entram e saem do país sul-americano, buscando aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, cuja principal fonte de renda é o petróleo.
O governo venezuelano rejeitou o que chamou de “ameaça grotesca” feita por Trump.
A campanha de pressão dos EUA inclui aumento da presença militar na região e mais de vinte ataques contra embarcações nos oceanos Pacífico e Atlântico, perto da Venezuela, que resultaram em mais de cem mortes.
Trump já declarou que ataques terrestres contra a Venezuela podem ocorrer em breve. Contudo, ele se recusou a afirmar se retirar Maduro do poder é seu objetivo final, dizendo que “Ele sabe exatamente o que eu quero” e “Ele sabe melhor do que ninguém”, referindo-se ao presidente venezuelano.
Maduro acusou os Estados Unidos de tentar derrubá-lo para controlar os recursos petrolíferos do país, que possui as maiores reservas mundiais de petróleo bruto.
A Casa Branca não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da agência Reuters.
Os EUA deslocaram aeronaves, veículos, milhares de soldados e um grupo de ataque naval para o Caribe, sob a justificativa de combate ao tráfico de drogas.
As operações americanas contra embarcações suspeitas de transporte de drogas no Caribe e no Pacífico levantaram dúvidas sobre sua legalidade.
Além dos ataques, os EUA acusam o regime venezuelano de vínculos com o narcotráfico e o Cartel de Los Soles.
Segundo fontes da CNN, o governo Trump trabalha em planos para um cenário pós-queda de Maduro, mas ainda não decidiu realizar um ataque direto ao país.
Em novembro, Trump conversou por telefone com Maduro, poucos dias antes de rotulá-lo como membro de uma organização terrorista estrangeira. Maduro teria recebido um ultimato para deixar o poder e o país, que não foi cumprido.
A apreensão do petroleiro venezuelano gerou protestos do governo Maduro, que classificou a ação de “roubo descarado” e “atos de pirataria internacional”.
Posteriormente, Trump anunciou um bloqueio total aos petroleiros sancionados e afirmou que ninguém passará sem autorização apropriada.
Créditos: CNN Brasil