Governo Trump divulga parte dos documentos do caso Jeffrey Epstein
O governo de Donald Trump liberou uma parte dos documentos relacionados ao caso do financista Jeffrey Epstein, que continham imagens de políticos, celebridades e um adversário político de Trump. O Departamento de Justiça informou que a divulgação completa dos arquivos deve levar semanas.
A primeira parcela dos documentos foi disponibilizada em um portal denominado “Biblioteca Epstein”. O material engloba depoimentos, fotos, e-mails, transcrições de audiências, registros telefônicos e matérias da imprensa.
Um aviso na página informa que o conteúdo apresenta descrições de agressão sexual e que futuras atualizações poderão ocorrer conforme novos documentos forem identificados para divulgação. Alguns itens, como vídeos do centro de detenção onde Epstein faleceu, já haviam sido divulgados anteriormente.
Entre as imagens divulgadas, destacam-se fotos do ex-presidente Bill Clinton, incluindo algumas sem contexto fornecido, como uma em que aparece sem camisa numa banheira com uma pessoa com o rosto ocultado, nadando com Ghislaine Maxwell, condenada por exploração de menores, e sentado à mesa com Epstein e Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones.
Nas últimas semanas, Trump acusou Clinton e outros democratas de envolvimento no esquema de Epstein, embora o nome do ex-presidente não conste nos processos. O Departamento de Justiça e membros do governo Trump classificaram as denúncias como rumores infundados.
Um porta-voz de Clinton respondeu dizendo que a divulgação dos arquivos não tem relação com o ex-presidente e criticou a divulgação na sexta-feira à noite como uma proteção política.
Pouco antes da liberação dos documentos, autoridades do Departamento de Justiça explicaram que apenas parte do material seria divulgado inicialmente, para proteger vítimas e não atrapalhar investigações vigentes. Essa decisão foi criticada por membros da oposição no Congresso, que buscam garantir a liberação total dos documentos.
O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que a divulgação censurada viola a transparência prevista na lei e exigiu explicações sobre as supressões nos documentos.
Em correspondência ao Congresso, o Departamento de Justiça informou que cerca de 1,2 mil nomes de vítimas e pessoas relacionadas foram removidos para proteção, e a revisão deve continuar por mais duas semanas.
Juízes e advogados envolvidos alertam que a expectativa por revelações surpreendentes deve ser moderada.
A Casa Branca ressalta que a divulgação comprova a transparência do governo em responder às demandas.
Apesar da morte de Epstein em 2019, o caso permanece sensível na política americana, principalmente por sua circulação entre altas figuras políticas e econômicas e pelos crimes de tráfico humano e abuso de menores que sustentava.
Conspiracionistas procuram listas de supostos clientes de Epstein, incluindo figuras do Partido Democrata como Clinton e Obama, mas os documentos revelados não são evidências de envolvimento criminoso.
Trump chegou a prometer divulgar uma lista de clientes caso fosse eleito novamente, mas autoridades atuais afirmaram que tal lista não existe.
A publicação dos documentos ocorre após o Congresso aprovar uma lei, sancionada por Trump, que exige a liberação integral dos arquivos até 19 de dezembro de 2025, o prazo expirado no dia da divulgação inicial.
Embora novas revelações sejam limitadas, a exposição dos documentos aumentou a tensão política, com ambos os partidos utilizando o caso para fins eleitorais e judiciais.
Créditos: O Globo