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EUA apreendem petroleiro venezuelano pela segunda vez em dezembro

Os Estados Unidos apreenderam no sábado, 20 de dezembro, um navio petroleiro que tinha saído recentemente da Venezuela, informou o Departamento de Segurança Interna dos EUA.

Esta é a segunda apreensão de um navio transportando petróleo próximo à costa venezuelana em dezembro.

A ação ocorreu após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar na terça-feira, 16 de dezembro, um “bloqueio total” a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela.

O governo venezuelano repudiou a apreensão, qualificando-a como “ato de pirataria” e “sequestro” de um navio privado que transportava petróleo venezuelano. Também declarou que tais atos não ficarão impunes e anunciou que fará denúncia ao Conselho de Segurança da ONU, além de buscar apoio de outros países e entidades multilaterais.

A secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, divulgou um vídeo mostrando helicópteros americanos embarcando no navio Centuries, que foi abordado durante a operação. O navio tem bandeira panamenha, mas navegou também sob as bandeiras da Grécia e da Libéria nos últimos cinco anos, segundo registros analisados pela BBC Verify.

O Centuries não consta na lista de embarcações sancionadas pelo Tesouro dos EUA.

Reportagem do New York Times apontou que a carga pertence a um comerciante de petróleo chinês que historicamente transporta petróleo venezuelano para refinarias na China. Um funcionário americano explicou que a Guarda Costeira investigava a validade do registro panamenho do navio.

Os EUA acusam navios que saem da Venezuela de fazer parte de uma “frota fantasma” que utiliza métodos para ocultar suas operações, como mudança de bandeira, desligamento de sistemas de rastreamento e transferência de carga em alto-mar. Tais redes seriam usadas pelo governo de Nicolás Maduro para exportar petróleo apesar das sanções.

A operação do dia 20 foi liderada pela Guarda Costeira dos EUA, similar a outra ocorrida no início de dezembro. A abordagem foi feita em águas internacionais por uma equipe tática especializada.

Kristi Noem afirmou que os Estados Unidos continuarão a atuar contra o movimento ilegal de petróleo sancionado que financia o narcoterrorismo na região e garantiu que os envolvidos serão encontrados e detidos.

Nas últimas semanas, os EUA ampliaram sua presença militar no Mar do Caribe e realizaram ataques contra supostos barcos venezuelanos envolvidos com tráfico de drogas, que resultaram na morte de cerca de 100 pessoas, apesar de não apresentarem provas públicas sobre a carga dessas embarcações.

Os EUA acusam Nicolás Maduro de chefiar o Cartel de los Soles, organização terrorista designada pelo governo americano, que nega as acusações. A administração Trump afirma que Maduro e o grupo usam petróleo “roubado” para financiar narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.

Após a segunda apreensão, Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, afirmou que as operações de interdição marítima continuarão sem hesitação para desmantelar redes criminosas ilícitas, garantindo que violência, drogas e caos não dominarão o Hemisfério Ocidental.

A Venezuela, com as maiores reservas de petróleo comprovadas do mundo, depende fortemente das receitas do petróleo para financiar o governo.

O primeiro navio apreendido em dezembro foi o Skipper, que a Casa Branca informou seria levado a um porto nos Estados Unidos.

O governo venezuelano condenou as apreensões, e Nicolás Maduro afirmou que os EUA “sequestraram a tripulação” e “roubaram” o navio.

Créditos: BBC

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