EUA interceptam segundo petroleiro venezuelano e tensionam Caribe
Os Estados Unidos interceptaram um segundo petroleiro venezuelano em águas internacionais no Caribe, aprofundando o bloqueio iniciado por Donald Trump. O navio Centuries, que possui bandeira panamenha e não está na lista formal de sanções, seguia rumo à Ásia.
A operação foi conduzida pela Guarda Costeira dos EUA com apoio do Departamento de Defesa. O governo de Caracas acusou Washington de “roubo”, “sequestro” e “pirataria”, além de relatar o desaparecimento forçado da tripulação.
O presidente Nicolás Maduro anunciou que levará o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que deve tratar do assunto na próxima terça-feira. O episódio aumenta o risco de confrontos na região do Caribe e gera pressão sobre o mercado energético.
Após a apreensão, o Irã manifestou “plena solidariedade” à Venezuela e ofereceu cooperação para enfrentar as ações que chamou de ilegais dos EUA, ampliando o contexto estratégico do conflito. A China, principal destino do petróleo venezuelano, observa atentamente a escalada da situação.
Analistas ouvidos pela CNN indicam que, apesar da inflação alta, déficit crescente e gastos militares recordes, a economia russa não deve forçar Vladimir Putin a negociar em curto prazo. Os recursos obtidos com petróleo, a repressão interna e a transferência dos custos da guerra para a população permitem ao Kremlin manter o conflito.
As sanções tornam as evasões mais caras, mas não alteram o cálculo estratégico de Moscou.
Em uma entrevista coletiva de quatro horas, Vladimir Putin voltou a negar responsabilidade pela guerra e condicionou qualquer acordo às “causas raízes” — a retirada ucraniana do Donbas, o veto à expansão da Otan e mudanças políticas em Kiev. Ele elogiou os esforços diplomáticos de Donald Trump, sem indicar concessões concretas.
Na Ucrânia, um bombardeio russo atingiu infraestrutura portuária em Odessa, no sul do país, ocasionando oito mortes e 27 feridos, segundo autoridades locais. A ação integra a estratégia de pressionar energia e logística durante o inverno.
Em Gaza, um ataque israelense a uma escola matou seis palestinos, incluindo um bebê, conforme autoridades hospitalares. Desde o cessar-fogo de outubro, 401 palestinos morreram no conflito. Esse episódio demonstra a fragilidade da trégua e dificulta negociações para um cessar-fogo permanente.
Os EUA realizaram ataques contra mais de 70 alvos do Estado Islâmico na Síria, em retaliação à morte de dois soldados americanos e um intérprete. A ação, coordenada com Damasco, é a operação mais ampla contra o grupo desde a queda de Assad, indicando a continuidade da campanha.
Créditos: UOL