Internacional
09:04

EUA apreendem segundo petroleiro próximo à Venezuela em ação contra Maduro

As forças dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam neste sábado (20) o segundo petroleiro próximo à Venezuela, em águas internacionais, intensificando a pressão do governo Trump sobre Nicolás Maduro. A primeira apreensão aconteceu no dia 10 deste mês.

A operação, inicialmente divulgada pelas agências Associated Press e Reuters, foi confirmada pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA em uma publicação nas redes sociais.

Até o momento, o governo venezuelano não fez comentários sobre a ação americana.

Antes da apreensão, o navio estava atracado em um porto venezuelano, conforme informou Kristi Noem, secretária da Segurança Interna dos EUA.

Noem declarou no X que os EUA seguem combatendo o transporte ilícito de petróleo que viola sanções e que é usado para financiar o narcoterrorismo na região.

Ela explicou que a Guarda Costeira dos EUA realizou a interceptação antes do amanhecer, com apoio do Pentágono, e que o petroleiro apreendido possui bandeira panamenha, conforme reportagem do The New York Times.

Fontes anônimas citadas pela AP e Reuters informaram que a operação foi um “embarque consentido”, com o navio parando voluntariamente e permitindo a abordagem pelas forças norte-americanas.

Após a primeira apreensão, o então presidente Donald Trump prometeu instaurar um bloqueio à Venezuela. Naquela ocasião, Nicolás Maduro chamou a ação de “interferência brutal” por parte dos EUA.

Desde o início das apreensões, vários petroleiros sancionados passaram a evitar a Venezuela e a exportação do país caiu significativamente.

A Venezuela detém a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com cerca de 303 bilhões de barris, o que representa 17% do total conhecido, segundo a Energy Information Administration (EIA) dos EUA.

Esse volume é superior ao da Arábia Saudita (267 bilhões) e do Irã (209 bilhões). Contudo, grande parte do petróleo venezuelano é extra-pesado, exigindo tecnologia avançada e elevados investimentos para extração.

Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela é especialmente adequado para as refinarias americanas, especialmente aquelas na Costa do Golfo.

Assim, a medida dos EUA busca afetar a economia venezuelana, pressionando um setor vital para o governo de Maduro, enquanto promove os interesses econômicos dos Estados Unidos.

Recentemente, reportagens indicaram que Caracas enfrenta dificuldades para armazenar petróleo, devido a restrições judiciais e militares americanas que impedem o movimento de embarcações nos portos venezuelanos.

Desde 2019, com as sanções americanas ao setor petrolífero venezuelano, compradores passaram a usar uma “frota fantasma” de navios-tanque e embarcações sancionadas para ocultar as rotas de transporte.

Entre os principais compradores do petróleo venezuelano está a China, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os envios devem passar de 600 mil barris diários, segundo analistas da Reuters.

Se as sanções se mantiverem, a redução diária de quase um milhão de barris na oferta mundial pode pressionar os preços do petróleo para cima.

Essa operação a petroleiros ocorre enquanto Trump ordena ao Departamento de Defesa realizar ataques em embarcações no Caribe e no Pacífico supostamente envolvidas com o tráfico de fentanil e outras drogas para os EUA.

Desde setembro, pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos.

Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca, afirmou em entrevista que Trump pretende continuar atacando embarcações até que Maduro ceda.

Créditos: g1

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