EUA interceptam terceiro navio petroleiro próximo à Venezuela, dizem agências
Os Estados Unidos interceptaram no domingo (21) um terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, conforme informado pelas agências Bloomberg e Reuters.
De acordo com a Bloomberg, o petroleiro é o Bella 1, de bandeira panamenha, que estava a caminho da Venezuela para ser carregado de petróleo. A data e o local exato da interceptação não foram divulgados. A Reuters informou que o navio foi interceptado em águas internacionais e que as forças americanas já embarcaram na embarcação, embora a abordagem ainda estivesse em andamento segundo outra declaração.
Um oficial do governo dos EUA disse à Reuters que o petroleiro está sob sanções e navegava com bandeira falsa. Ele destacou que as interceptações podem ocorrer de formas diversas, desde o embarque até a navegação ou sobrevoo próximo ao navio.
Essa ação acontece após o governo de Donald Trump anunciar um bloqueio total a embarcações que entram ou saem da Venezuela, em esforço para pressionar pela saída do presidente Nicolás Maduro.
Além desta, os EUA apreenderam recentemente o petroleiro Centuries, no sábado (20), e o Skipper, em 10 de dezembro.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro comentou que seu país enfrenta “uma campanha de agressão de terrorismo psicológico e corsários que assaltaram petroleiros”, embora não tenha confirmado se a fala se refere diretamente à ação americana do domingo.
O governo de Trump ainda não se pronunciou sobre essa nova interceptação.
A Venezuela detém a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com cerca de 303 bilhões de barris, segundo a Energy Information Administration (EIA). Esse petróleo é majoritariamente extra-pesado, demandando tecnologia avançada para extração, e é especialmente adequado para refinarias nos Estados Unidos, especialmente na Costa do Golfo.
A estratégia dos EUA visa pressionar a economia venezuelana, principal sustentáculo do governo Maduro, enquanto promove os interesses norte-americanos.
Os efeitos desse bloqueio começaram a surgir, com a Venezuela enfrentando dificuldades para armazenar seu petróleo devido às medidas americanas para impedir o tráfego dos navios nos portos.
Desde que as sanções americanas ao setor energético venezuelano foram lançadas em 2019, comerciantes e refinarias têm recorrido a uma “frota fantasma” para ocultar localização de navios-tanque, além do uso de embarcações sancionadas para transportar petróleo do Irã ou Rússia.
A China tem sido a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, representando cerca de 4% de suas importações, com embarques previstos para superar 600 mil barris por dia em dezembro.
Especialistas alertam que se o embargo persistir, a redução de quase um milhão de barris diários na oferta global poderá elevar os preços do petróleo.
Paralelamente, o governo Trump autorizou o Departamento de Defesa a realizar diversas operações contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico, que supostamente contrabandeiam drogas ilícitas para os EUA. Desde o início de setembro, pelo menos 104 pessoas morreram em 28 desses ataques.
A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, declarou à Vanity Fair que Trump deseja continuar atacando embarcações até Maduro se render.
Créditos: G1 Globo