Economia
16:01

Ações sobem após operação contra fraude fiscal bilionária na Refit

As ações das distribuidoras de combustíveis registraram ganhos na quinta-feira (27), impulsionadas pela operação contra a refinaria privada Refit. A empresa voltou a ser alvo das autoridades em uma ação para desarticular um esquema de fraude fiscal e tributária estimado em R$ 26 bilhões.

Às 10h45 (horário de Brasília) do mesmo dia, os papéis da Raízen (RAIZ4), joint venture da Shell e Cosan, Vibra Energia (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) avançavam entre 1% e 4%, destacando-se como maiores valorizações do Ibovespa.

Batizada de Poço de Lobato, a operação envolve autoridades das três esferas de governo, incluindo Receita Federal, Ministério Público de São Paulo, Secretarias da Fazenda estadual e municipal de São Paulo, Procuradorias da Fazenda Nacional e do Estado de São Paulo, além das polícias Civil e Militar.

Segundo nota do governo paulista, a ação tem mais de 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, sem citar nomes específicos.

Investigadores afirmam que a Refit opera há longo tempo um esquema de sonegação fiscal, fraude aduaneira e uso de estruturas financeiras complexas, com holdings, entidades offshore e fundos de investimento. A empresa é considerada a maior devedora contumaz de impostos do país, devendo cerca de R$ 25 bilhões e movimentando aproximadamente R$ 70 bilhões em um ano para ocultar receitas. Entre 2020 e 2025, o grupo teria importado cerca de R$ 32 bilhões em combustíveis, recorrendo a subfaturamento e outras práticas para evitar o pagamento de tributos.

O Bradesco BBI destacou que o fechamento da Refit em setembro correlacionou-se fortemente com o aumento da participação de mercado das três maiores distribuidoras e com a redução da diferença de preços entre estas e postos independentes.

O banco projeta que a continuidade da luta contra a informalidade no mercado de combustíveis deve passar pela aprovação do projeto de lei sobre “devedor contumaz” na Câmara dos Deputados.

Além disso, a equipe de análise do BBI identificou uma redução na diferença de preços entre postos de marca e bandeira branca na região Sudeste, o que pode indicar espaço para expansão nas margens.

O banco avalia que os ganhos recentes derivados da agenda contra a informalidade podem levar o mercado a um novo patamar estrutural, com crescimento dos volumes das grandes distribuidoras acima da média do setor em 2026, após três anos de desempenho inferior.

Esse cenário pode fazer com que Vibra e Ultrapar negociem próximas a um múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 10 vezes para 2026, abrindo espaço para revisões positivas nas estimativas de mercado.

Os esforços contra a informalidade vêm se intensificando, reforçando uma visão construtiva para o setor.

Créditos: InfoMoney

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