Política
18:09

Alcolumbre e Motta faltam à sanção da lei do IR zero até R$5 mil

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não compareceram à cerimônia promovida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para sancionar a lei que isenta do Imposto de Renda pessoas com renda mensal de até R$ 5.000. O evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (26.nov.2025), no Palácio do Planalto.

A ausência dos dois reforça a tensão existente entre o Legislativo e o Executivo. Alcolumbre ficou insatisfeito depois que Lula indicou Jorge Messias, ministro da AGU (Advocacia Geral da União), para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). O senador defendia a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo. Desde então, Alcolumbre cortou a comunicação com o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e anunciou a aliados que pretendia votar projetos que prejudicam o Planalto.

Na terça-feira (25.nov), essa promessa se concretizou. O Senado aprovou o PLP 185 de 2024, que regula a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, com impacto financeiro estimado em R$ 24,7 bilhões. O texto segue para apreciação na Câmara dos Deputados.

No âmbito da Câmara, o ambiente também está desgastado. Hugo Motta rompeu sua relação com o líder do Governo na Casa, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmando não ter mais interesse em manter qualquer diálogo com ele. Lindbergh rebateu dizendo que se há uma crise de confiança, ela decorre das escolhas feitas pelo próprio Motta.

Desde que Lula declarou, na presença de Motta, que o Congresso nunca tivera um nível tão baixo quanto atualmente — declaração feita em 15 de outubro durante evento pelo Dia dos Professores no Rio — a relação entre Executivo e deputado tem sofrido deterioração.

A tramitação do PL Antifacção agravou o cenário. Motta escolheu como relator Guilherme Derrite (PP-SP), que deixou o cargo de secretário de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e é apontado como possível candidato à Presidência em 2026. Após debates, a proposta foi aprovada na Câmara.

Motta criticou o governo Lula, afirmando que escolheu o caminho errado em relação ao projeto e que deveria explicar a votação contrária da base governista. Também afirmou que o Legislativo melhorou a proposta inicial enviada pelo Executivo.

Lindbergh considerou a ausência de Motta na cerimônia uma “questão menor”.

Créditos: Poder360

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