Alemanha promete aporte ao Fundo Florestal da COP30, Espanha destina recursos a outros fundos
O chanceler alemão Friedrich Merz anunciou nesta sexta-feira (7.nov.2025) que a Alemanha contribuirá financeiramente para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado pelo Brasil na abertura da COP30, realizada em Belém. Contudo, Merz não revelou o valor específico do aporte.
O anúncio ocorreu após reunião bilateral com o presidente Lula na capital paraense. Merz afirmou que a Alemanha apoiará a iniciativa com uma contribuição que será “considerável” e ressaltou que a decisão é resultado de consenso na coalizão alemã. Ele também destacou que o país busca conciliar política climática com crescimento econômico, evidenciando que políticas ambientais eficazes podem andar junto ao sucesso econômico.
O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, já havia antecipado o aporte alemão na quinta-feira (6.nov) durante o lançamento do fundo. O TFFF iniciou com promessas de investimentos superiores a US$ 5,6 bilhões provenientes de países como Noruega, França, Portugal, Brasil e Indonésia.
Enquanto isso, a Espanha confirmou investimentos de 45 milhões de euros, mas esses recursos serão aplicados em outros fundos, como o Fundo de Adaptação, o Fundo de Perdas e Danos e o Mecanismo de Observações Meteorológicas da Organização Mundial de Meteorologia. Essa informação foi dada pelo presidente espanhol Pedro Sánchez na plenária da Cúpula de Líderes, também na sexta-feira.
Com a confirmação do aporte alemão sem valores divulgados e a destinação da Espanha para fundos distintos, o total comprometido com o TFFF permanece próximo a US$ 5,6 bilhões. O governo brasileiro continua empenhado em alcançar a meta de US$ 10 bilhões até o final de 2026, que é uma condição para que a Noruega libere o montante integral de sua doação de US$ 3 bilhões.
O TFFF funciona como um mecanismo financeiro que combina recursos públicos e privados, com o propósito de remunerar países que preservam florestas tropicais. Os investidores recebem uma taxa básica de juros, e a diferença entre essa taxa e a cobrada dos tomadores dos empréstimos é usada para financiar pagamentos relativos aos serviços ambientais.
Até o momento, 53 países aderiram à declaração de apoio ao fundo. Desses, 20 são potenciais investidores que não possuem florestas tropicais, enquanto 33 países possuem reservas florestais e podem ser beneficiados. Juntos, eles representam mais de 90% das florestas tropicais no mundo.
O fundo tem uma estrutura financeira estimada em US$ 125 bilhões, dos quais US$ 25 bilhões devem ser provenientes de recursos públicos, e o restante captado no mercado privado, seguindo uma proporção esperada de US$ 1 público para cada US$ 4 privados.
O modelo prevê um pagamento de US$ 4 por hectare de floresta tropical preservada, condicionando essa remuneração à completa capitalização do fundo, dependendo da composição total dos recursos.
Créditos: Poder360