Política
18:13

Aliados de Lula criticam Jaques Wagner por acordo sobre dosimetria das penas

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi alvo de críticas por parte de aliados do presidente Lula, após firmar um acordo de procedimento que possibilitou a votação da proposta que reduz as penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro, beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Wagner admitiu que realizou o acordo para que o texto avançasse sem consultar, previamente, o presidente Lula ou a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Segundo Wagner, o mérito do texto não foi discutido no acordo.

Mais cedo, a ministra Gleisi Hoffmann e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), rejeitaram a possibilidade de haver um acordo acerca do assunto. Lindbergh declarou: “O presidente Lula está radicalmente contra a dosimetria. Vai ter que vetar.”

Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, alinhado ao governo, classificou o acordo de procedimento feito por Wagner como gravíssimo. Carvalho afirmou que um “acordo de procedimento” só seria aceitável se respeitasse a democracia e as instituições.

Ele afirmou ainda que esse seria o único acordo que Wagner, como líder do governo, poderia ter feito e demonstrou acreditar que o presidente Lula irá vetar a proposta. “Jaques tem o nosso carinho e o nosso respeito, mas até os craques derrapam”, completou.

Recentemente, Wagner também causou desconforto ao governo em razão da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele irritou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ao afirmar que não havia previsão para o envio da mensagem presidencial com a indicação de Messias. Em resposta, Alcolumbre cancelou a sabatina.

Créditos: Folha de S.Paulo

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