Almoço de Jorge Messias com bancada do PL é cancelado por resistências internas
O almoço marcado entre Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), e senadores do PL foi cancelado devido a resistências dentro do grupo político.
O encontro, inicialmente previsto para acontecer nesta terça-feira, estava sendo organizado pela senadora Dra. Eudocia Caldas (PL-AL). A reunião foi desmarcada, conforme confirmado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), declarou não ter conhecimento do evento. Fontes ligadas a Messias informaram que o cancelamento ocorreu por problemas de agenda e que o encontro deve ser reagendado para a próxima semana.
Desde a segunda-feira já eram expressas fortes resistências a esse almoço por parte dos 16 parlamentares do PL e do único senador do Novo integrante do grupo.
Embora atualmente ligados ao PL, a família Caldas se aproximou do presidente Lula durante a negociação para indicação de Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como parte do acordo, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, comprometeu-se a deixar o PL para outra legenda da base governista, porém essa mudança ainda não ocorreu.
Na segunda-feira, Lula teve um almoço no Palácio do Planalto com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação de Messias, encontro que não constava na agenda pública do presidente.
O bloco parlamentar costuma realizar seus almoços às terças-feiras no Senado. Mesmo antes do cancelamento, já havia parlamentares que não participariam. Eduardo Girão declarou que teria outros compromissos no mesmo horário, mas que receberá Messias em seu gabinete durante a semana, apesar de ter manifestado voto contrário à nomeação do indicado.
O Palácio do Planalto busca superar a resistência de senadores, incluindo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que desaprovou o nome de Messias em favor de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Alcolumbre e outros parlamentares de centro demonstraram insatisfação com a escolha feita por Lula, que deve preencher a vaga no STF deixada pela aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Em nota divulgada no domingo, o presidente do Senado afirmou que observa uma tentativa do Executivo de criar uma falsa imagem de que divergências entre os Poderes são resolvidas por acordos de interesses pessoais, envolvendo cargos e emendas.
Créditos: O Globo