Americanas: ex-diretores alvos de mandado estão foragidos no exterior
Os ex-diretores das Lojas Americanas alvos de dois mandados de prisão preventiva são considerados foragidos pela Polícia Federal. Os mandados autorizados pela Justiça Federal não foram executados porque os ex-executivos estão no exterior — ainda não se sabe em qual país.
Na manhã desta quinta-feira (27/6), a Polícia Federal deflagrou, em conjunto com o Ministério Público Federal, a Operação Disclosure, que busca elucidar a participação dos ex-diretores da empresa Americanas em fraudes contábeis que, conforme divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25,3 bilhões. A investigação contou ainda com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A investigação da PF, que conta com a colaboração da atual diretoria da empresa, revelou a prática de crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Federal, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.
Além disso, também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.
o Ministério Público Federal foi procurado pelos atuais dirigentes da empresa que manifestaram interesse em colaborar com as apurações com informações, inclusive, sobre o funcionamento do esquema de fraude para ludibriar o mercado de capitais.
“A formalização do acordo de colaboração premiada auxiliou nas apurações já iniciadas pela Policia Federal. Ao longo da investigação, estabeleceu-se intensa cooperação por parte do comitê externo constituído pela empresa para apurar o ocorrido. Foram ouvidos colaboradores, investigados, realizadas pericias e analises em materiais fornecidos pela empresa e pelos colaboradores, seguindo as diretrizes estabelecidas para o resguardo da prova digital”, informou o MPF.
Fonte: Correio Braziliense
(crédito: Divulgação/Polícia Federal)