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Após greve, IFRN recomenda suspensão do calendário acadêmico de 2024

Nesta segunda-feira (8) o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) recomendou a suspensão do calendário acadêmico de 2024 em todos os seus 22 campis. A medida ocorreu após reunião com o Colégio de Dirigentes do Instituto (Codir/IFRN), que é formado por gestores sistêmicos e diretores-gerais dos campi,e vai acontecer de forma escalonada em datas diferentes, dependendo da avaliação do contexto de cada unidade. Essa recomendação veio após a greve dos servidores técnicos e administrativos, aprovada  em plenária do Sindicato Nacional dos Servidores Federais na Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), sede Natal, na última terça-feira (26). A paralisação é nacional, começou no dia (3) e será por tempo indeterminado. 

A reunião do IFRN ocorreu na manhã desta segunda e foi divulgada na tarde de hoje. O reitor do IFRN, professor José Arnóbio, explicou à Agência Saiba Mais que a decisão da suspensão ocorreu para não prejudicar os alunos do instituto. Isso porque, após monitoramento das diretorias dos campis, foram constatados alguns problemas, entre eles a logística e alimentação. Como nem todos os servidores aderiram à greve ainda, muitos alunos precisaram se deslocar até as unidades para assistir àquelas aulas que não pararam. O problema é que as prefeituras dos municípios pararam de enviar os ônibus escolares e, consequentemente, os estudantes pararam de conseguir chegar até as instituições. A paralisação das assistentes sociais e nutricionistas também foi um problema, afetando diretamente na alimentação desses alunos. 

Diante desse cenário, o Codir emitiu a recomendação da suspensão do calendário acadêmico nas 22 unidades do IFRN no estado. Na reunião, o Colégio também elaborou uma minuta com a sugestão de serviços essenciais que será apresentada à comissão de mediação sobre a greve que ocorre na tarde desta segunda-feira (8).

Datas das suspenções 

A suspensão terá início em diferentes datas, porque depende da avaliação do contexto de cada campus. A partir de 8 de abril, o IF recomendou que os Campi Caicó, Ceará-Mirim, João Câmara, Lajes, Macau, Mossoró, Natal-Centro Histórico, Natal-Zona Norte, Nova Cruz e São Paulo do Potengi suspendesse os calendários.A partir de 9 de abril é a vez dos Campis Canguaretama, Currais Novos, Jucurutu, Natal-Central, Parnamirim, Santa Cruz e São Gonçalo do Amarante.  O Campus Parelhas suspenderá o calendário no dia 10 de abril e os campi Ipanguaçu e Pau dos Ferros no dia 15 de abril. Por fim, o Campus Apodi e o Campus Natal-Zona Leste seguem com o calendário em andamento e haverá reavaliação após a realização de reuniões entre os servidores. Confira o texto aqui.

Ainda de acordo com a recomendação, os programas que recebem fomento como o Mulheres Mil e o Energif, por exemplo, continuarão com suas atividades em andamento, tendo em vista que essas ações possuem prazo para finalização.

Entenda a greve 

A decisão dessa paralisação faz parte de uma agenda nacional de lutas dos servidores dos IFs e demais servidores públicos da educação. E de acordo com Fernando Varella, coordenador geral do Sinasefe/Natal, a categoria luta por um reajuste salarial, pela reestruturação das carreiras e pelo “revogaço” das medidas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os servidores também pedem uma recomposição salarial de 34,22% para os técnicos da carreira do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) e 22,71% para os docentes da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). A proposta que o Governo tinha dado à categoria de servidores dos IFs incluía apenas o aumento de alguns benefícios a partir do mês de maio: elevar o auxílio alimentação de R$ 658,00 para R$ 1.000,00; elevar o per capita saúde (“auxílio-saúde”) do valor médio de R$ 144,00 para 215,00; elevar o auxílio creche de R$ 321,00 para R$ 484,90

A aderência da greve nacional ia depender de uma resposta positiva do Ministro da Educação Camilo Santana. Porém, a categoria aderiu à paralisação antes mesmo da resposta da pasta, porque a insatisfação dos servidores também era referente a falta de comunicação do Governo Federal. “O governo até o momento não sinalizou alguma coisa que fosse positiva e aceitável para a categoria. Então a nossa greve começou, de fato, no dia 3 de abril”, explicou

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