Opinião
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Artigo: O entrelaçamento da política e religião e o poder da oratória.

Em meu percurso reflexivo sobre a complexa relação entre política e religião, tenho contemplado profundamente como líderes utilizam a oratória para influenciar e, por vezes, manipular seus seguidores. Este artigo é um convite para explorar minhas reflexões acerca de até que ponto os fiéis podem ser persuadidos a seguir ideologias extremistas, essencialmente ilusões forjadas por autoridades persuasivas.

Minhas análises começaram ao revisitar a história da interação entre religião e política, observando como essa fusão foi utilizada para unir comunidades, mobilizar sociedades e legitimar poderes. Refleti sobre a poderosa influência que a autoridade religiosa, misturada à política, exerce sobre os indivíduos, especialmente onde a religião é um pilar da vida comunitária. 

Aprofundando-me, foco na oratória como uma ferramenta de persuasão poderosa. Analiso como líderes carismáticos empregam técnicas retóricas para construir credibilidade, evocar emoções e promover ideologias, percebendo como eles conseguem moldar narrativas que, embora baseadas em ilusões, são convincentes o suficiente para alterar percepções e comportamentos. 

Nesse contexto, não posso deixar de mencionar os Nonatos, cujas letras poéticas lançam luz sobre verdades contundentes. Eles criticamente apontam que, no comércio da fé, “Jesus não passa de um produto vendido a prestação” – uma poderosa metáfora que desafia nossas percepções e questiona a mercantilização da espiritualidade, onde o sagrado é reduzido a uma commodity negociável, desvelando as camadas de exploração encobertas sob o manto da fé.  

Examinando casos onde a retórica religioso-política promoveu ideologias extremistas, refleti sobre exemplos históricos e atuais em que a fé foi instrumentalizada para objetivos políticos, observando as consequências, muitas vezes desastrosas, como violência, opressão e divisão social. 

Por fim, minha reflexão se direciona à ética dessa interação e às formas de resistência contra a manipulação. Enfatizo a importância da educação crítica, do diálogo inter-religioso e da transparência como medidas preventivas contra a exploração da fé para fins políticos extremistas. Estas considerações são fundamentais para manter a integridade espiritual e combater as seduções do extremismo ideológico.  

Compartilhando estas reflexões, meu intuito é provocar um questionamento profundo sobre nossa responsabilidade em discernir entre a espiritualidade autêntica e a manipulação política.

Arlí Souza — Marqueteiro e Publicitário há 16 anos, empreendedor na construção civil e tecnologia.