Atentado terrorista em Sydney deixa 15 mortos durante festival judaico
Um atentado terrorista na praia de Bondi, em Sydney, durante as celebrações do festival judaico de Hanukkah, resultou na morte de 15 pessoas e deixou 40 feridos, incluindo dois policiais.
Dois homens, pai e filho, foram os suspeitos do ataque à tiros contra os participantes do evento. O pai, com 50 anos e detentor de licença para armas, morreu em confronto com a polícia. O filho, de 24 anos, foi detido com ferimentos graves, porém estável.
A faixa etária das vítimas varia de 10 a 87 anos, sendo que a vítima mais jovem, uma menina, faleceu no hospital.
A polícia australiana informou que o atentado pode ter sido motivado por ideologias do Estado Islâmico, já que no veículo dos suspeitos foram encontradas bandeiras feitas à mão do grupo terrorista. O carro está registrado em nome do filho.
As autoridades relataram que os dois viajantes estiveram nas Filipinas um mês antes do ataque; o pai entrou no país com passaporte indiano, enquanto o filho usava passaporte australiano.
O comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, classificou o episódio como um “incidente terrorista”.
Entre os mortos está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, nascido em Londres. Também uma pessoa de nacionalidade israelense faleceu no ataque. O colaborador do Jerusalem Post Arsen Ostrovsky, chefe do escritório de Sydney do Australia/Israel & Jewish Affairs Council, foi ferido.
O Itamaraty afirmou que não há informações de brasileiros entre as vítimas.
Não há indícios da participação de terceiros no ataque, segundo a polícia. Cerca de 40 pessoas foram hospitalizadas, incluindo os policiais feridos, cujo estado é grave.
O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, disse que o ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica no primeiro dia do Hanukkah.
Imagens mostram que um homem desarmou um dos atiradores após os tiros. Esse homem, vendedor de frutas de 43 anos, foi baleado duas vezes, no braço e na mão, mas seu estado é estável.
As autoridades britânicas anunciaram reforço no policiamento das comunidades judaicas após o ocorrido, com as celebrações do Hanukkah previstas para os próximos dias.
Mike Burgess, diretor da inteligência australiana, informou que a agência investiga possíveis conexões e alertou que o nível de ameaça terrorista no país permanece “provável”.
A polícia retirou um objeto suspeito, considerado um possível artefato explosivo, de um carro próximo ao local. Vários itens suspeitos estão sendo examinados e uma área foi isolada.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, descreveu as cenas da praia de Bondi como “angustiantes e chocantes” e afirmou que a polícia trabalha para salvar vidas.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, condenou o atentado, classificando-o como “repugnante”. Ela expressou solidariedade à comunidade judaica e ressaltou que terrorismo, antissemitismo e ódio não têm lugar no país.
Os Estados Unidos repudiaram o ataque com declarações públicas, destacando que o antissemitismo não tem lugar no mundo. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, manifestou orações às vítimas e à comunidade judaica.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou estar horrorizado com o ataque, chamando-o de “hediondo e mortal”, e expressou solidariedade à comunidade judaica mundial.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também comentaram o episódio, classificando-o como cruel e criticando o governo australiano.
No Brasil, a Confederação Israelita publicou nota de consternação e apoio à comunidade judaica australiana.
Vídeos nas redes sociais mostram o momento em que pessoas se dispersam na praia enquanto ouvem os tiros e sirenes da polícia.
Mortes em ataques em massa são raras na Austrália, que reforçou suas leis de armas após um massacre em 1996, quando um atirador matou 35 pessoas na Tasmânia.
Imagens aéreas e fotos mostraram as equipes de emergência atuando na cena do crime e feridos sendo atendidos.
Créditos: G1