Bolívia e outros países da América do Sul ampliam forças da direita
Rodrigo Paz Pereira venceu as eleições presidenciais da Bolívia no domingo (19), fortalecendo a influência da direita na América do Sul. Sua posse está marcada para 8 de novembro e encerrará quase 20 anos de governos de esquerda no país.
Desde então, pelo menos quatro outras nações da região também têm abandonado governos progressistas.
A mudança mais significativa foi na Argentina, onde o libertário Javier Milei derrotou Sergio Massa, do kirchnerismo, em 2023. Milei tem buscado reverter a agenda da esquerda que governou o país por mais de uma década, aplicando reformas estatais que incluem cortes nos gastos públicos e políticas para estimular o crescimento econômico. Ele se tornou um importante aliado do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na região.
Outro caso recente ocorreu no Peru, com a destituição de Dina Boluarte há cerca de uma semana. Boluarte assumiu o governo após a queda do esquerdista Pedro Castillo, que foi preso em 2022 após tentar um golpe. A gestão dela dividiu opiniões por receber apoio da direita mesmo sendo eleita em chapa de esquerda.
Após a destituição dela no dia 10, José Jerí, presidente do Congresso do Peru e alinhado à direita, assumiu interinamente a presidência até as eleições de abril de 2026, conforme a Constituição, já que Boluarte não tem vice-presidente.
No Paraguai, Santiago Peña manteve a hegemonia do partido direitista Colorado ao ser eleito presidente em abril de 2023, sucedendo Mario Abdo Benítez, do mesmo partido.
Em abril, Daniel Noboa foi eleito presidente do Equador, com alinhamento de direita, dando continuidade ao governo após a saída antecipada do ex-presidente Guillermo Lasso.
Por outro lado, sete países da América do Sul são atualmente governados por líderes de esquerda.
O Brasil, desde 2022, voltou a ser liderado pelo PT, com Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato. A Colômbia também elegeu o esquerdista Gustavo Petro no mesmo ano.
No Uruguai, Yamandú Orsi assumiu o cargo em março, derrotando o conservador Álvaro Delgado.
No Chile, Gabriel Boric mantém o poder, embora as próximas eleições em novembro tenham José Antonio Kast Rist, de direita, como favorito no segundo turno.
No Suriname, Jennifer Simons foi eleita em 2024 como a primeira mulher presidente do país. Seu partido, o Partido Nacional Democrático, é considerado de centro-esquerda.
Na Guiana, o esquerdista Irfaan Ali, envolvido em disputa territorial com o ditador venezuelano Nicolás Maduro em 2024, também permanece no poder.
Créditos: Gazeta do Povo