Saúde
19:04

Brasil registra 41 notificações de intoxicação por metanol, com 37 casos em São Paulo

Até esta quarta-feira (1º), o Brasil contabilizou 41 notificações de intoxicação por metanol, conforme dados do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional). Desse total, 37 casos foram reportados em São Paulo, incluindo 10 confirmações e 27 em investigação. Pernambuco ainda apura quatro notificações. Uma morte foi confirmada em São Paulo, enquanto sete óbitos seguem em investigação, cinco no estado paulista e dois em Pernambuco.

O Ministério da Saúde publicou, em 30 de setembro, uma nota técnica destinada a estados e municípios. O documento orienta a notificação imediata de suspeitas de intoxicação por metanol, estabelecendo as diretrizes para atendimento e comunicação rápida dos casos.

Intoxicações por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, como gin, vodca e whisky, desencadearam hospitalizações graves, perda de visão e mortes recentes em São Paulo. O metanol, um álcool presente em solventes industriais, é tóxico se ingerido, atacando inicialmente o fígado, que o converte em substâncias danosas ao sistema nervoso, podendo causar cegueira, coma, falência pulmonar e renal, e morte.

Seis mortes estão associadas à intoxicação por metanol, uma delas confirmada como decorrente do consumo de bebida adulterada, com cinco investigações em andamento. Identidades dos afetados não foram divulgadas oficialmente, mas relatos obtidos por g1 e TV Globo revelam a gravidade dos casos.

No dia 30 de agosto, Rafael Anjos Martins, 28 anos, comprou gin em uma adega na Zona Sul da capital paulista e consumiu a bebida com amigos. Posteriormente, Rafael foi hospitalizado em coma devido à intoxicação severa, permanecendo em Unidade de Terapia Intensiva.

Outros consumidores também sofreram efeitos, como Nathalia Carozzi Gama, que apresentou visão afetada e outros sintomas após ingestão da bebida adulterada.

A designer de interiores Radharani Domingos, 43 anos, perdeu a visão após consumir vodca adulterada em um bar na Alameda Lorena, região nobre de São Paulo, que foi interditado. Ela foi internada na UTI com convulsões e intubação, e segue com a visão comprometida.

Bruna Araújo de Souza, 30 anos, foi hospitalizada em estado grave após consumir vodca com suco de pêssego em São Bernardo do Campo. Seu quadro se agravou rapidamente, exigindo intubação e internação em hospital da cidade.

Wesley Pereira, 31 anos, ficou em coma após consumir whisky em uma festa na Zona Sul de São Paulo. Complicações incluem pneumonia, falência renal e AVC. Wesley perdeu a visão e segue em tratamento intensivo.

Marcelo Lombardi, advogado e empresário de 45 anos, morreu após ingerir vodca adulterada. Ele apresentava desorientação e cegueira, evoluindo para parada cardiorrespiratória e falência múltipla. O metanol foi apontado como causa no atestado de óbito.

Esses casos destacam a gravidade da intoxicação por metanol e a importância da vigilância dos órgãos de saúde.

Créditos: g1

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