
BRASIL: um gigante que precisa se reconhecer
Muitas vezes, informações imprecisas ou distorcidas são amplamente divulgadas, influenciando a opinião pública e criando percepções equivocadas sobre a realidade econômica e política. Esse fenômeno pode ter consequências graves, prejudicando a imagem do país, afetando setores estratégicos da economia e, em última instância, impactando negativamente o bolso da própria população. No contexto do agronegócio brasileiro, por exemplo, discursos alarmistas e declarações infundadas podem gerar insegurança no mercado, quando, na verdade, o Brasil ocupa uma posição de destaque no comércio global e possui forte capacidade de adaptação às mudanças internacionais.
Nos primeiros dias após reassumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump declarou à imprensa que o Brasil, juntamente com países como China e Índia, prejudica a economia americana ao impor tarifas sobre produtos dos EUA. Ele sugeriu que, para equilibrar a balança comercial, poderia retaliar com tarifas sobre produtos brasileiros importados pelos americanos. Essa decisão, no entanto, teria um impacto negativo não apenas para o agronegócio brasileiro, mas também para o consumidor americano, que veria os preços dos alimentos subirem consideravelmente.
O Brasil é líder mundial em diversas commodities agrícolas e minerais. Além de ser o maior exportador de suco de laranja, responsável por 76% das exportações globais de suco de laranja concentrado e congelado, o país destaca-se em outros produtos:
Soja: lideramos as exportações mundiais, com 56% do total global.
Milho: respondemos por 31% das exportações mundiais.
Café: somos responsáveis por 27% das exportações globais.
Açúcar: o Brasil lidera a produção e exportação de açúcar bruto e refinado, representando 44% do mercado global.
Carnes: o país é o maior exportador de carne bovina, com 24% do mercado global, e domina as exportações de carne de frango, com 33% do comércio mundial.
Diante dessa realidade, caso os Estados Unidos aumentem as tarifas de importação sobre os produtos brasileiros, o agronegócio nacional terá a capacidade de redirecionar sua produção para outros mercados, ainda que enfrentando desafios logísticos e negociais. O setor já adota uma estratégia ativa de diversificação de parceiros comerciais, o que lhe confere flexibilidade diante de mudanças no cenário global. Nenhum país, nem mesmo sob o comando de Trump, ousaria tomar uma decisão tão drástica sem avaliar suas consequências econômicas e políticas.
O brasileiro precisa valorizar mais seu próprio país e abandonar de vez o chamado complexo de vira-lata. Somos uma nação rica por natureza, com uma biodiversidade única, terras férteis, recursos naturais abundantes e um dos povos mais resilientes e criativos do mundo. O Brasil não apenas tem um papel fundamental na economia global, como também possui um imenso potencial de crescimento e inovação. Enquanto muitos insistem em olhar para fora com admiração, o mundo todo já reconhece a força do Brasil. Está na hora de fazermos o mesmo.
Portanto, antes de propagar informações imprecisas ou temer represálias comerciais, é essencial compreender a robustez do comércio internacional e a posição estratégica do Brasil na economia global. Espalhar desinformação não apenas prejudica a percepção externa sobre o país, mas também pode afetar diretamente o próprio bolso dos cidadãos, comprometendo setores essenciais da economia. O Brasil é um gigante que precisa ser reconhecido e valorizado por seu próprio povo.
Arli Sousa- Marqueteiro e Publicitário há 16 anos , empreendedor na construção civil e tecnologia.