Brasileiros com até R$ 5.000 mensais planejam uso da isenção do IR

Brasileiros que ganham até R$ 5.000 já planejam o destino do dinheiro que vão economizar com a isenção do Imposto de Renda (IR). O projeto aprovado na Câmara e que deve avançar no Senado, beneficia diversos trabalhadores, que dizem que vão poupar, investir, pagar contas ou até usar para lazer.

Lucimara dos Santos Joaquim, analista de atendimento de 42 anos, pretende economizar até R$ 200 por mês, o que pode resultar em R$ 2.600 por ano incluindo o 13º salário. Ela ganha R$ 2.326 e complementa com horas extras no valor de R$ 2.174. Moradora de Pirituba, São Paulo, ela declara que o gasto com supermercado pesa no orçamento por sustentar o filho e um tio. Lucimara planeja guardar o dinheiro extra para pagar contas ou formar uma reserva. Também gostaria de uma redução nos impostos sobre alimentos, especialmente carne.

Iago Franco, assistente contábil de 30 anos casado e pai de uma menina, estima economizar R$ 170 mensais, totalizando cerca de R$ 2.000 ao ano. Ele recebe R$ 3.700 e também faz horas extras. Para ele, essa economia é importante para equilibrar despesas como aluguel e comida. A prioridade de Iago é organizar as finanças, poupar e investir pensando no futuro da filha, além de reclamar dos altos impostos sobre itens essenciais.

Camila Fernanda, secretária de 45 anos, que recebe R$ 4.130, calcula uma economia mensal de R$ 134 e anual de R$ 1.745. Moradora de Cajamar, ela divide o aluguel com os pais idosos. Apesar de admitir dificuldades para economizar, ela pretende guardar parte do dinheiro como reserva para imprevistos e usar outra parte para lazer, como ir a restaurantes e shows.

Lindinalva dos Santos, auxiliar de enfermagem de 45 anos, disposta a economizar de R$ 150 a R$ 250 por mês, planeja amortizar o financiamento da casa e formar um fundo de emergência. Mora com a mãe e a filha e depende de salário de R$ 3.210 mais horas extras variáveis. Ela também quer reservar um valor para se divertir.

Atualmente, a tributação incide em salários a partir de R$ 3.036. O projeto aprovado vai isentar quem ganha até R$ 5.000, eliminando descontos que chegam a R$ 312,89 mensais, a partir de 2026, quando a lei pode vigorar. Quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 terá desconto progressivo.

Especialistas recomendam que quem ficar isento revise o orçamento e use o dinheiro adicional com disciplina, preferencialmente para quitar dívidas e poupar. A expectativa é que o aumento no poder de compra estimule o consumo e a economia, com esses valores circulando em setores diversos.

Iago Franco acredita que, mesmo que tenha uma motivação política, a medida beneficia cerca de 16 milhões de brasileiros que antes pagavam IR. Ele ressalta o impacto positivo para essas famílias, que terão mais recurso disponível no orçamento mensal.

Créditos: UOL Economia