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Caetano Veloso e Chico Buarque convocam ato contra anistia a golpistas

Caetano Veloso e Chico Buarque voltaram às ruas para defender a democracia. Neste domingo, convocaram um ato em Copacabana, Rio de Janeiro, em resposta a duas decisões da semana em Brasília: a aprovação na Câmara dos Deputados da PEC da Blindagem e a votação, em caráter de urgência, de um projeto que visa anistiar os golpistas do 8 de janeiro.

Caetano afirmou que a Câmara “passou dos limites”. “De costas para o povo, os deputados olham para si mesmos. Isso não significa que quero ver o Congresso desfeito ou debilitado. Ao contrário, se as ações o tornarem mais digno, ele terá mais respeito do povo brasileiro. Sou democrata”, declarou.

Chico Buarque classificou a proposta de anistia como “infame” e destacou que anistia não significa pacificação.

No Rio, o ato organizado também por Paula Lavigne ocorreu a partir das 14h no posto 5 de Copacabana, com participação confirmada de Gilberto Gil. Manifestações semelhantes devem ocorrer em diversas capitais do país e no exterior.

Em entrevistas exclusivas ao UOL, Caetano explicou que decidiu convocar as pessoas às ruas por estar indignado com a votação da lei de blindagem para deputados e uma proposta de anistia para golpistas. Ele ressaltou que se identificou com a maioria da população que rejeita essas medidas. Desde 2012, Caetano e Paula Lavigne participam de ações coletivas de artistas em defesa da democracia.

Sobre a anistia, Caetano disse que ela não pacificaria o país e que o simples anúncio já afetou muita gente.

Na perspectiva dos recentes ataques à democracia mundial, Caetano avaliou que vivemos um tempo complexo e preocupante, com mudanças demoradas e dolorosas. Ele considerou absurdo o que ocorre no Congresso e valorizou a mobilização dos colegas artistas em protesto.

Chico Buarque destacou a importância da presença do campo democrático nas ruas, questionando a quem interessa desmoralizar o Congresso. Sobre a anistia, alertou para o risco de repetir a anistia de 1979, que possibilitou impunidade na transição da ditadura para a democracia.

Ele reforçou que anistia não gera pacificação, pois não se trata de um perdão mútuo, mas sim de uma questão de princípio contra os golpistas e seus apoiadores.

O texto é baseado em fatos verificados por jornalista reconhecido e não contém comentários do UOL, que apenas divulga a mensagem do autor.

Créditos: UOL

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