Canadá, Reino Unido e Austrália reconhecem formalmente Estado da Palestina antes da ONU

Antes da Assembleia Geral da ONU, Canadá, Reino Unido e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina, em um gesto simbólico para promover a paz e uma solução de dois Estados.

O Reino Unido, que teve papel histórico na criação de Israel, destaca-se nessa decisão. O Canadá é a primeira nação do G7 a apoiar formalmente esse reconhecimento, enquanto Israel demonstra oposição, alegando riscos à sua segurança.

No domingo, após Canadá e Austrália, Reino Unido também formalizou o reconhecimento do Estado da Palestina, um dia antes da abertura da Assembleia Geral em Nova York. A decisão britânica é simbólica devido ao histórico do país, que contribuiu para a criação de Israel após a Segunda Guerra Mundial e foi um aliado por muito tempo.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou que a medida visa “reavivar a esperança de paz” no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Starmer declarou no X que o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina “para reavivar a esperança de paz entre palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados”.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que o reconhecimento da Palestina é parte de um esforço coordenado com Canadá e Reino Unido e contribuirá para um esforço internacional em favor da solução de dois Estados.

Albanese declarou que o presidente da Autoridade Palestina reiterou o reconhecimento do direito de Israel existir e assumiu compromissos com a Austrália, incluindo a realização de eleições democráticas e reformas em finanças, governança e educação. Também destacou que o grupo Hamas não deverá ter papel na Palestina.

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, afirmou que o reconhecimento britânico abre caminho para uma “paz duradoura”. Seu gabinete informou que Abbas considerou o reconhecimento do Estado independente da Palestina pelo Reino Unido como um passo necessário e importante para alcançar uma paz justa, em conformidade com a legitimidade internacional.

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou que o Canadá reconhece o Estado da Palestina, tornando-se a primeira nação do G7 a fazê-lo. Carney afirmou que o Canadá aposta na construção de um futuro pacífico para a Palestina e para Israel, como parte de um esforço coordenado internacional para preservar a possibilidade da solução de dois Estados.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a criação de um Estado palestino ameaça a sobrevivência de Israel e declarou-se contrário a tais esforços na Assembleia Geral da ONU. Ele afirmou que Israel lutará contra essa proposta, considerada uma recompensa ao terrorismo.

Em resposta, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, pediu a anexação da Cisjordânia, que denomina Judeia e Samaria. Ele também defendeu o desmantelamento completo da Autoridade Palestina e anunciou que levará a proposta de imposição da soberania para votação no próximo gabinete.

Créditos: O Globo