Centrão se contraria com pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e planeja chapa própria em 2026
O anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República não surpreendeu os principais líderes do Centrão no Congresso. Segundo dirigentes consultados por CartaCapital, o partido já vinha articulando essa possibilidade desde a última visita de Flávio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde a semana passada.
Ao contrário do que poderia parecer uma surpresa, o Centrão se mostrou contrariado com a escolha do ex-mandatário. Era sabido que Jair Bolsonaro queria preservar o legado político dentro da família, com os filhos ou até Michelle Bolsonaro, mas a pré-candidatura de Flávio muda a estratégia do centro e da direita para 2026.
Por isso, o grupo cogita lançar uma chapa “puro-sangue” no próximo ano, formada apenas por partidos alinhados ao seu projeto político, com a intenção de isolar o PL e o PT de Lula. A ideia é apostar em uma “terceira via” consolidada pelo Centrão.
Os nomes mais fortes para essa chapa são os governadores Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás. Tarcísio de Freitas (Republicanos), antes preferido do grupo, deve buscar a reeleição em São Paulo.
Essa articulação vem sendo construída desde a condenação do ex-presidente Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, em setembro. Ronaldo Caiado mantém diálogos com integrantes do PP e do PSD, que veem nele uma possibilidade remota de vitória.
Pesquisa AtlasIntel divulgada em 2 de maio apontou que Caiado alcança cerca de 10% das intenções de voto em um cenário que inclui Flávio Bolsonaro. Nessa mesma pesquisa, o presidente Lula, pré-candidato à reeleição, alcança 47% das intenções de voto.
Ainda que a indicação de um vice para Flávio Bolsonaro não esteja descartada, o grupo acredita que para eleger mais senadores e deputados federais é necessário ter um representante na disputa presidencial, e caso tenha o candidato próprio, o objetivo é vencê-la.
Créditos: CartaCapital