Internacional
15:07

China condena EUA por interceptação de navios perto da Venezuela

O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que a apreensão de navios por parte dos Estados Unidos representa uma grave violação do direito internacional. A afirmação ocorreu após os EUA interceptarem um petroleiro com destino à China próximo da costa venezuelana.

Lin Jian, porta-voz da pasta chinesa, afirmou que a Venezuela tem o direito de manter relações internacionais e enfatizou que a China se opõe a quaisquer sanções “unilaterais e ilegais”. As considerações foram feitas durante uma coletiva diária, conforme relatou a Reuters.

Ontem, os EUA interceptaram o petroleiro Bella 1, que ostentava bandeira panamenha e seguia rumo à Venezuela. A ação aumentou a tensão entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder venezuelano, Nicolás Maduro.

Maduro comparou a operação americana à atividade de corsários, definindo-os como “piratas contratados por um estado imperial” em um vídeo compartilhado em suas redes sociais.

Este é o terceiro bloqueio dos EUA a embarcações próximas da Venezuela neste mês. Anteontem, o superpetroleiro Centuries foi bloqueado, e no dia 10 o petroleiro Skipper também foi alvo. Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, afirmou que esses dois navios operavam no mercado negro fornecendo petróleo a países sob sanções.

Documentos obtidos pela Reuters revelam que o petroleiro interceptado no sábado tinha como destino a China e que o petróleo bruto foi adquirido pela Satau Tijana Oil Trading, uma das intermediárias nas vendas da PDVSA para refinarias chinesas independentes.

A China é o maior comprador do petróleo venezuelano, que representa cerca de 4% de suas importações, em torno de 600 mil barris diários somente em dezembro.

A pressão de Trump visa sufocar a principal receita da Venezuela. Caso o país não consiga exportar petróleo, os tanques de armazenamento ficarão cheios e a estatal PDVSA será obrigada a fechar poços, segundo especialistas.

Nem todas as operações de embarque venezuelanas são afetadas pelas sanções. Algumas embarcações que transportam petróleo venezuelano e cargas do Irã e Rússia permanecem fora das restrições, e empresas como a americana Chevron utilizam navios autorizados.

Créditos: UOL

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