Internacional
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Comunidade judaica homenageia vítimas de ataque terrorista em Sydney

Membros da comunidade judaica prestaram homenagens e deixaram flores em um memorial improvisado na praia de Bondi, em Sydney, nesta segunda-feira (15), um dia após o ataque terrorista que resultou na morte de 15 pessoas.

O local estava decorado com bandeiras de Israel e da Austrália, enquanto os presentes entoavam cânticos. Policiais e seguranças privados faziam a segurança da área.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, também depositou flores e declarou: “O que vimos ontem foi um ato de pura maldade, um ato de antissemitismo, um ato de terrorismo. Hoje, todos os australianos demonstram solidariedade e dizem: estamos com vocês. Faremos o que for necessário para eliminar o antissemitismo. É um flagelo, e vamos erradicá-lo juntos.”

Homenagens semelhantes foram realizadas em cidades da Europa. Em Londres, flores foram deixadas em frente ao prédio da Alta Comissão Australiana, e na Dinamarca, uma bandeira dinamarquesa foi colocada na entrada da sinagoga Krystalgade, em Copenhague.

O atentado ocorreu durante as celebrações da festividade judaica Hanukkah, quando dois homens armados — que eram pai e filho — abriram fogo contra as pessoas presentes. O pai foi morto e o filho está hospitalizado. As identidades dos agressores não foram divulgadas.

Entre as vítimas estavam uma criança de dez anos, um sobrevivente do Holocausto e dois rabinos.

A Austrália, que possui uma das maiores populações judaicas do mundo, atrás apenas de Israel e EUA, tem reportado uma série de ataques antissemitas contra sinagogas, edifícios e veículos desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023. Estima-se que a população judaica no país esteja entre 110 mil e 120 mil pessoas.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, criticou o governo australiano, afirmando que sua política alimenta o antissemitismo. Ele mencionou ter escrito ao primeiro-ministro australiano há três meses, alertando que a postura do governo estava “jogando gasolina no fogo do antissemitismo”. Netanyahu disse ainda: “O antissemitismo é um câncer que se espalha quando os líderes se calam e não agem.”

O ataque levantou questionamentos sobre a necessidade de revisão das rigorosas leis australianas de controle de armas. A polícia informou que o suspeito mais velho possuía licença de armas desde 2015 e registrava seis armas.

O premiê Albanese declarou que o governo irá fortalecer as leis vigentes e implementar um registro nacional de armas. Entre as propostas estão a restrição de licenças indefinidas, limitação na quantidade de armas por pessoa, definição dos tipos permitidos e critérios mais rigorosos para concessão de autorizações, que seriam restritas a cidadãos australianos.

Bondi, uma das praias mais famosas mundialmente, está normalmente cheia de turistas e moradores. Vídeos que circulam mostram pessoas correndo em pânico durante o tiroteio.

Um vídeo registra um dos criminosos prestes a ser dominado por um homem identificado como Ahmed al Ahmed, que conseguiu tomar a arma do agressor. O primeiro-ministro o chamou de herói. Ahmed foi baleado duas vezes e passou por cirurgia. Uma campanha arrecadou aproximadamente US$ 665 mil para custear seu tratamento.

Créditos: Folha de S.Paulo

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