Conheça os 20 pontos do plano internacional para desarmar Gaza e reconstruí-la
Sob a liderança dos Estados Unidos, Catar, Turquia e Egito, o governo de Donald Trump apresentou um plano para a desradicalização de Gaza e sua administração internacional. O documento não menciona a soberania palestina, mas destaca que Israel também não governará a região.
Na segunda-feira, Trump declarou que “a guerra acabou”, embora diplomatas considerem que, após a libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos, negociar o restante do plano de paz será o maior desafio.
O plano inclui os seguintes pontos fundamentais:
1. Transformar Gaza em uma zona livre de terrorismo, sem ameaças aos países vizinhos.
2. Reconstruir Gaza para beneficiar sua população, que já enfrentou sofrimento significativo.
3. Com a concordância das partes, a guerra termina imediatamente, com retirada das forças israelenses para permitir a libertação dos reféns. Durante essa fase, todas as operações militares serão suspensas e as linhas de conflito congeladas.
4. Em até 72 horas após a aceitação pública do acordo por Israel, todos os reféns, vivos ou mortos, serão devolvidos.
5. Após a libertação dos reféns, Israel libertará 250 presos condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos de Gaza após 7 de outubro de 2023, incluindo mulheres e crianças. Para cada refém israelense falecido liberado, serão liberados restos mortais de 15 habitantes de Gaza.
6. Membros do Hamas comprometidos com a coexistência pacífica e desarmamento receberão anistia, e aqueles que desejarem deixar Gaza terão passagem segura.
7. Toda ajuda humanitária será enviada imediatamente à Faixa de Gaza, em quantidades similares ao acordo de 19 de janeiro de 2025, para reabilitação da infraestrutura, hospitais e outros serviços.
8. A distribuição da ajuda ocorrerá sem interferência por meio da ONU, Crescente Vermelho e outras instituições internacionais independentes, com abertura do posto de Rafah conforme acordo vigente.
9. Gaza será administrada temporariamente por um comitê palestino tecnocrático e apolítico, com supervisão do “Conselho da Paz” liderado por Donald Trump, incluindo especialistas internacionais, até que a Autoridade Palestina conclua reformas para reassumir o controle.
10. Será elaborado um plano econômico para reconstruir Gaza, baseado em propostas de especialistas que ajudaram a desenvolver cidades modernas no Oriente Médio, para atrair investimentos e gerar empregos.
11. Criar-se-á uma zona econômica especial com tarifas e taxas de acesso negociadas com países parceiros.
12. Nenhuma pessoa será forçada a sair de Gaza; a livre saída e retorno será garantida, incentivando-os a permanecer e construir um futuro melhor.
13. Hamas e outras facções deixarão de ter qualquer papel na governança, com destruição de infraestrutura militar e terrorista sob supervisão de monitores independentes.
14. Parceiros regionais garantirão que o Hamas cumpra suas obrigações, assegurando que Gaza não represente ameaça a seus vizinhos.
15. Os EUA, em cooperação com parceiros árabes, formarão uma Força Internacional de Estabilização para apoiar a segurança interna, treinar forças policiais palestinas e proteger fronteiras, facilitando o fluxo seguro de mercadorias.
16. Israel não ocupará nem anexará Gaza; haverá retirada progressiva das forças israelenses conforme condições de segurança forem alcançadas, com presença restrita no perímetro até que a segurança seja consolidada.
17. Se o Hamas rejeitar o plano, as operações de ajuda e segurança continuarão nas áreas já livres da ameaça terrorista.
18. Será iniciado um diálogo inter-religioso focado em tolerância e coexistência pacífica para mudar mentalidades e narrativas entre palestinos e israelenses.
19. Com o progresso das reformas na Autoridade Palestina, poderá ser criado um caminho confiável para a autodeterminação e a formação de um Estado palestino, aspiração reconhecida dos palestinos.
20. Os Estados Unidos promoverão o diálogo entre Israel e palestinos para definir um horizonte político que permita coexistência pacífica e prosperidade.
Esse plano foi elaborado com base em fatos apurados e informações de fontes jornalísticas confiáveis, conforme a análise do colunista Jamil Chade no UOL.
Créditos: UOL