Conitec recomenda a inclusão de vacina contra vírus causador da bronquiolite no SUS
Ver um filho com bronquiolite deixa qualquer mãe ou pai aterrorizado. No entanto, o Brasil poderá contar com uma nova aliada contra a doença. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão do Ministério da Saúde, recomendou, na última quinta-feira (13), a incorporação da vacina Abrysvo, da Pfizer, ao SUS. O imunizante protege os bebês do VSR (vírus sincicial respiratório) por meio da imunização materna.
A Abrysvo foi aprovada pela Anvisa no Brasil em abril de 2024, sendo a primeira vacina aprovada no país para proteger bebês do VSR. Segundo a agência de saúde, a orientação é aplicar a vacina durante o segundo ou terceiro trimestre de gestação. A bula do imunizante diz que mulheres grávidas podem receber a vacina entre a 24ª a 36ª semana de gestação, com intuito de dar tempo para a grávida produzir anticorpos.
Após recomendação da Conitec, qual é o próximo passo? Agora, o órgão irá enviar um relatório à Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS) — com a decisão final a ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), por meio de portaria.
Conforme debatido pela comissão, a vacina materno-fetal deve ser aplicada, por meio do Programa Nacional de Imunização, com dose única. “O parecer favorável da Conitec reforça a importância de Abrysvo para o nosso País, seja protegendo as famílias de um vírus tão impactante como o VSR ou beneficiando o sistema de saúde como um todo, ao contribuir para a redução do número de hospitalizações pediátricas, poupando recursos públicos”, diz a diretora de Primary Care da Pfizer Brasil, Camila Alves. “A possibilidade de expandir o acesso a Abrysvo reforça o compromisso da Pfizer de inovar para oferecer soluções eficazes e seguras que respondam aos grandes desafios de saúde do nosso tempo”, complementa. Na América Latina, o imunizante já é utilizado na rede pública tanto Argentina quanto Uruguai.
A vacina é eficaz e segura?
A aprovação regulatória de Abrysvo no Brasil foi baseada em resultados que demonstraram a eficácia e a segurança da vacina durante os estudos realizados em seu programa de desenvolvimento clínico. No estudo de fase 3, o imunizante se mostrou capaz de prevenir 82,4% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até 3 meses de idade, porcentagem que se mantém elevada, em 70%, para bebês até os 6 meses.
O estudo incluiu a participação de sete mil mulheres vacinadas entre a 25ª e 36ª semana de gestação. No Brasil, o estudo envolveu quatro centros de pesquisas, distribuídos por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Qual foi a tecnologia utilizada?
A vacina é produzido com a proteína S do VSR a partir de técnicas de engenharia genética. Esse antígeno estimula a resposta imunológica do corpo e, assim, a gestante consegue criar anticorpos contra a infecção.
Quais são as reações adversas?
Ao longo do estudo, não foram observados eventos adversos significativos. Segundo a médica Ana Flora, da Pfizer, os pesquisadores apenas notaram reações já esperadas, incluindo inchaço, dor local, febre, dor de cabeça e mal-estar.
Se a gestante for vacinada, o anticorpo monoclonal deve ser usado no bebê?
De acordo com a especialista, ainda não há estudos sobre o uso da vacina em conjunto com anticorpos monoclonais. O ideal é conversar com o médico sobre a melhor opção.
A vacina possui contraindicação?
O imunizante só é contraindicada para mulheres que já tiveram uma reação alérgica a um componente da vacina.
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