Crise no PL: Michelle Bolsonaro confronta filhos de Jair e Flávio ganha destaque
Dez dias após a prisão de Jair Bolsonaro (PL) na superintendência da Polícia Federal em Brasília, divergências familiares vieram à tona, evidenciando a disputa pelo protagonismo político no clã.
Enquanto os filhos do ex-presidente reivindicam o legado político do pai, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher, busca definir seu espaço.
O PL, liderado por Valdemar Costa Neto, tenta se proteger do conflito familiar afirmando que Bolsonaro, mesmo preso, continua a comandar o partido.
Para expressar as orientações enviadas pelo ex-presidente da prisão, o partido escolheu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como porta-voz.
A crise se intensificou com declarações de Michelle no fim de semana, criticando a aproximação do PL com o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) no Ceará.
Michelle foi desautorizada pelo senador Flávio, pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Em reunião prevista para a tarde do dia 2, a direção do PL, incluindo Valdemar e o senador Rogério Marinho (PL-RN), pretende repreender Michelle para que ela se submeta às decisões partidárias e fortalecer o filho mais velho do ex-presidente dentro do PL.
Aliados de Bolsonaro citam, sob condição de anonimato, trechos bíblicos sobre a importância do primogênito, argumento para que Flávio lidere o grupo familiar. Michelle, por sua vez, é evangélica.
No entanto, os motivos políticos são os que destacam o senador na disputa familiar, segundo integrantes do partido.
Flávio é visto como o mais capacitado para articular políticas e quem estabeleceu uma relação de confiança com Jair nesse aspecto.
Conhecido como “Zero Um”, foi coordenador da campanha presidencial de 2022 e já busca estratégias para a eleição de 2026, por vezes dialogando com o Centrão e às vezes se posicionando como concorrente a Lula na corrida presidencial.
Por outro lado, Michelle, embora seja um ativo importante junto a mulheres e evangélicos, é criticada por integrantes do PL por atuar de maneira isolada e mostrar pouca disposição para o diálogo.
Aliados do ex-presidente comentam que essa postura prejudica sua viabilidade para integrar uma chapa da direita nas próximas eleições presidenciais.
Créditos: CNN Brasil