[Currais de ontem] Currais Novos ou Galvanópolis.
Você sabia que o nome de Currais Novos poderia ser “Galvanópolis”? Então, deixe eu contar…
Ulisses Telêmaco, o fundador da nossa imprensa, defendia a ideia de que o nome da cidade deveria ser “Galvanópolis” em homenagem à família Galvão, a primeira que povoou “oficialmente” a nossa terra. No entanto, estas discussões junto aos intelectuais da época não surtiu efeito, claro.
Mas, o interessante é que alguns jornais da época insistiam em publicar o nome “Galvanópolis” como o nome da cidade. O jornal “O Porvir”, por exemplo, um “orgam humorístico, litterario e noticioso” que publicou sua primeira edição em maio de 1926, sob a direção de Nelson Geraldo, tendo como redatores Ewerton D. Cortez e Manoel R. De Mello, endereçava o jornal em “Galvanópolis” e ainda faziam menção ao “novo” nome da cidade em seu editorial:
“O nosso apparecimento:
Surge, hoje, por entre as mais ruidosas alegrias de seus redactores, este modesto jornalzinho intitulado “O Porvir”, denominação tão adequada para os que, como nós, se dedicam aos afazeres mentaes. De algum tempo a esta parte manifesta-se, nesta querida GALVANÓPOLIS, o ardor mais febricitante pela cultura do espírito, de sorte que a sua mocidade, commungando as mesmas idéas das outras mocidades brasileiras, da uma demonstração eloquente de vasta intelligencia e alevantados ideais (…)”
Em 1931, surgiu o jornal “O Galvanópolis”, sob direção de Maria do Céu Pereira, que tinha foco na literatura, notícias e desportes. Maria do Céu foi a primeira Deputada Estadual eleita no Rio Grande do Norte e no Brasil, em 1934, tomando posse no ano seguinte, aos 24 anos. (teremos um post especial sobre ela)
O tempo passou e, claro, continuamos sendo Currais Novos!
Pesquisa: Jornal O Porvir (1926); Jornal “O Galvanópolis” (1931, 1932); Jornal O Galvanópolis, gênero e cultura no RN (Manoel Ferreira da Rocha Neto, Laís Karla da Silva Barreto e Isabel Cristine Machado de Carvalho).
Por João Bezerra- Jornalista/ Historiador