Daniel Vorcaro deixa prisão após 11 dias na Operação Compliance Zero
Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, foi liberado na manhã deste sábado depois de 11 dias detido na Operação Compliance Zero. Ele e outros quatro executivos do banco tiveram um habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Vorcaro estava custodiado no Centro de Detenção Provisória 2 de Guarulhos desde a última segunda-feira. A decisão da desembargadora Solange Salgado que beneficiou os investigados ressaltou que, apesar da justificativa inicial para a prisão, os crimes imputados não envolvem violência ou grave ameaça.
A prisão preventiva dos envolvidos foi substituída por medidas cautelares não privativas de liberdade. No caso de Vorcaro, seu passaporte já havia sido retido pela Polícia Federal antes da prisão, ocorrida em 17 de novembro, quando tentou fugir para o exterior embarcando em um jatinho particular.
No dia seguinte, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, menos de 24 horas após o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir a instituição financeira.
Há expectativa de que Vorcaro seja liberado com o uso de tornozeleira eletrônica, já que geralmente o equipamento é posto imediatamente se disponível.
Daniel Vorcaro é acusado de fraudes financeiras que somam R$ 12,2 bilhões. Conforme as investigações da Polícia Federal, o Banco Master teria vendido carteiras de crédito falsas ao BRB para mascarar prejuízos.
O banco argumenta que agiu de boa-fé na negociação com o BRB, autorizando a substituição das carteiras por outros ativos a fim de evitar perdas.
Em março, o BRB, banco público do Distrito Federal, realizou uma proposta para compra do Master. Após cinco meses de análise e intensa disputa nos bastidores, o Banco Central vetou a transação.
No dia 18 de novembro, junto com a prisão de Vorcaro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. Na véspera, um consórcio do Grupo Fictor e investidores dos Emirados Árabes Unidos havia manifestado interesse na compra da instituição.
Créditos: Estadão